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Sartre: "O inferno são os Outros"
No artigo anterior, versando sobre "A Morte de Ivan Ilitch", constatamos que, dentre os riscos de se deixar pautar por valores alheios está o de viver uma vida destituída de sentido pessoal. Ponderemos agora como o ser humano, enredado pela má fé, acaba por delegar a terceiros a angustiante responsabilidade de decidir sobre sua vida. Como "piolhos", viver pela cabeça dos outros pode tornar nossa existência um inferno. Mas afinal, quem são os "outros"?
O Filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), além das famosas obras filosóficas ("A Náusea", "O Ser e o Nada"), escreveu romances, contos, peças teatrais e atuou também como crítico literário e de artes. (...)
Esse artigo estará disponível no site da Escola Superior de Direito Constitucional - ESDC (
http://www.esdc.com.br/ ) no início de fevereiro de 2008.
Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.Abordo "
O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.
Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.
Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.
A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").
Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.
O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.
AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.
E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.
Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.
Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.
Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.
Bem-vindos ao Olimpo amigos!
Transição do matriarcado para o patriarcado
A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística). Nessa imagem de Bouguereau,
Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.Versa sobre as origens de Thêmis (
A Justiça Divina), Diké (
A Justiça dos Homens), Zeus (
Ordenador do Cosmos), Métis (
Deusa da presciência), Palas Athena (
Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (
Vitória), Erínias (
Vingança), Éris (
Discórdia) e outras divindades ligadas a
JUSTIÇA.
A ARETÉ (excelência) do Homem
se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)
TER, vale + que o SER, humano?
As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.
Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.
Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".
Você se sentiu ofendido...
irritado (em seu "phrenas", como diria Homero) ou chocado com alguma imagem desse Blog? Me escreva para que eu possa substituí-la. e-mail: mitologia@esdc.com.br
4 comentários:
Professora Luciene,
Gostaria de parabenizá-la pelo esclarecedor artigo "Sartre: O inferno são os outros"!
De fato, os temas "má fé" ou mesmo nossa "condenação à liberdade" tão banalizados quando se fala na filosofia sartreana, só me ficaram claros ao ler seu artigo.
Gostaria de acessar outros trabalhos seus, sobretudo o artigo já publicado versando sobre a filosofia de Sören Kierkegaard!
Antecipadamente grato pela atenção
subscrevo-me,
José Ernesto Furtado de Oliveira
Promotor de Justiça em São Paulo e Professor Universitário
Caro amigo José Ernesto,
Eu é que agradeço por seu e-mail.
Fico feliz que tenha apreciado o artigo sobre Sartre.
Todos os artigos já publicados estão disponíveis no site da Escola Superior de Direito Constitucional - ESDC ( www.esdc.com.br ).
Dentre eles, recomendo "A Morte de Ivan Ilitch" e "Discurso da Servidão Voluntária".
Por favor, sinta-se a vontade para enviar sugestões e/ou críticas. Um grande abraço,
Luciene
Olá Luciene!
Legal que vc leciona filosofia e mitologia na Escola Superior.
Tento continuar a estudar mas o dia-a-dia me toma muito tempo. Minha área predileta é o direito constitucional, pois há uma conexão quase umbilical com a filosofia, arte, história, política, enfim, todas estas áreas que eu tenho preferência.
Talvez este ano eu tente algum mestrado aí na capital.
Já pensei até em fazer filosofia, pois quando adolescente eu adorava estudá-la.
Tive filosofia no primeiro colegial e nunca mais parei de estudar e ler a respeito. É a ciência que liga todas as outras ciências.
A mitologia então nem se fala... Lembro-me que na faculdade um professor sugeriu lermos um livro e acabei adquirindo-o na biblioteca e li em uma semana... era PANGEIA! Amei tudo aquilo... junto... estava lendo Joseph Campbell, que, para mim, é o mestre no assunto.
Porém, como vc disse, "Crime e Castigo" é muito bom!
Sou suspeito para falar pois acho Dostoiévski o melhor escritor de todos os tempos e... curiosamente... acho "Crime e Castigo" o melhor livro já escrito.
Sinceramente.
Legal vc escrever sobre Sartre. Dizem que ele está ultrapassado, mas foi um humanista por excelência.
Gostei das suas dicas e vou tentar achar tais volumes. Eu adquiro muitos livros e não acaba sobrando tempo para ler tudo... estou lendo Istambul no momento e tem mais uns 10 na fila...
Aliás, estou ansioso para ler seu texto sobre Nietzsche. É que, depois de Aristóteles, o cara é meu predileto. Li tudo sobre ele e tenho uma prateleira somente de estudos e coisas sobre ele. Outro dia li uma crítica sobre seu perfil e personalidade - do Prof. Mário da Silva. Não gostei. Prefiro tirar minhas próprias conclusões sobre tudo e sobre sua obra.
Meu problema (ou virtude, não sei ao certo) é que sou muito cético. Lembra do Fox Mulder, do Arquivo X?!!? Então ... acho que sou igual.. hehehehe
Procuro conhecimento e informação sem alienação e sem radicalismos, e acho que todos deveríamos buscar isso na vida e em tudo que a rodeia.
Aristóteles dizia, na Ética a Nicômaco (e isso me fascina muito), que a vida deve ser um teorema do equânime, o meio termo, nem um extremo e nem outro, a equidade absoluta. Acho que ele sempre esteve com a razão.
Cabe a nós, filósofos da vida e do cotidiano, tentarmos empreender isso tudo.
Bom, acho que falo demais né...
Ocorre-me que, sempre que encontro pessoas que gostam dos mesmos temas que eu, o liame de amizade é certo!
Vamos manter essas conversas.
Adorei seus artigos e tentarei lê-los aos poucos.
Um cordial abraço para vc também.
Gilberto Peixoto
Estimado Gilberto,
"Bom, acho que falo demais né..."
Duvido que fale/escreva mais que eu, rs.
Mil beijos,
lu.
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