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11 de jan. de 2008

O que é o Homem?


Complexo, multifacetado, em constante processo de evolução. Pensadores de diversas áreas tais como antropólogos, sociólogos, psicólogos e sobretudo, filósofos estudam este diferenciado animal político. A seguir, uma breve exposição de algumas características que nos distinguem.

Ao observar que fecundar entre os seus (endogamia) gerava monstruosas aberrações, seres inaptos e dependentes que, ao invés de contribuir para manutenção e aprimoramento do clã, acabavam por se tornar um estorvo, prejudicando todo bando, o homem, com a proibição, o interdito do incesto, procria com membros de outros grupos (exogamia), estabelecendo assim a diferenciação primeva e mais notória de sua categoria animal: racional.

Sigmund Freud (1856-1939), identifica um sistema ternário inerente à condição psíquica humana: origem, sexo e morte. Eros e Tánatos: pulsão de libido (ação) e de morte (não-ação, repouso). Órfão, numa cega e desesperada curiosidade genealógica é homoreligious, em sua eterna busca pelas origens, pelo Pai, à procura do Criador.

Ser de alteridade, ou seja, tem sua presença atestada por outro Ser: só existo à partir do momento em que o Outro me confere existência. Sobre esta temática é interessante conferir a famosa peça de teatro do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) “Huis Clôs”, traduzida para o português com o título de “Entre quatro Paredes”, onde quatro pessoas morrem e vão parar no inferno. No ambiente fechado, entre quatro paredes, vivem a angústia de ficar imaginando o que o outro está pensando que se está pensando. Conclui-se que “o inferno são os outros”.

O homem é também um angustiado Ser para a morte, cônscio da finitude, embora rotineiramente se esquive de pensar no fim. Tabu, esse tema é deletado, como se a vida já não implicasse em morte, como se por trás de todo berço não houvesse um túmulo.

Axiológico, estabelece valores, hierarquiza prioridades, sendo que estes valores servem, antes de tudo, ao princípio freudiano de buscar o prazer e evitar a dor.

Homolaborius, trabalha e constata ser um sujeito dotado de perfectibilidade, ou seja, sempre capaz de aprimoramento contínuo. Homoludens, brinca: canta, dança, cria, pinta, borda e, na arte, transcende, atinge, toca e é tocado pelo sublime.

Ser de linguagem, decodifica, nomeia, apreende, registra, transfere conhecimentos. Será também graças à linguagem que será capaz de mentir, podendo representar o que é bem sob aparência de mal, e o que é mal sob a aparência de bem. Paradoxalmente, quanto mais esvaziado, mais tende à tagarelice, típica das massas.

Descobre-se Sujeito histórico, constata e reconstitui o progresso de sua evolução no mundo, avalia, pondera e, conforme sua vontade, direciona energia empenhando-se em atingir um télos (finalidade/objetivo) já estabelecido por seus valores, fruto de seus desejos.

Aristóteles define o homem como sendo Zoopolitiken. Aqui, entendemos o animal político como sendo um Ser de “acordos”. Não necessariamente justos, como bem o queria o filósofo grego Platão, quando enaltecia a simetria, harmonia e eqüidade, enfim, a Justiça.

Sendo seu próprio adversário, como bem sintetizou o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) “o homem é o lobo do homem”, luta para dominar, conquistar, preservar e muitas vezes, desrespeitar, usurpando o direito do Outro, estabelecendo limites aos estrangeiros (estranhos), erigindo muros, limites e fronteiras. Mesmo quando esse estranho é objeto de seu amor e devoção.

Como salientamos no início, o homem é um Ser complexo em processo de vir-a-ser. Mas será como intolerante Ser de Fronteiras, estabelecedor de limites, que o homem conservará e revelará sua mais animalesca característica: a de delimitador de território – Meu imenso país, possui muitas riquezas naturais; Na minha cidade se trabalha; Meu bairro é o mais arborizado; Minha rua é a mais enfeitada; Na minha casa não! Ou: este é o meu quarto, deixe-o como está; E, mesmo em seu quarto, junto a quem ama, não o subestimem: este é o meu lado da cama.

Seja na visão da floresta como um todo, ao observarmos as grandes nações mundiais e suas políticas de exclusões, ou na observação singular da árvore do cotidiano, é na ferrenha manutenção de fronteiras, na preservação de imensas barreiras, que o homem conserva distâncias e garante sua vasta solidão no mundo.

3 comentários:

Anônimo disse...

O prof° Perguntou sobre o que é o homem achei isso aqui não sei se é o que ele pediu mas não tem nada a ver eu quero saber o que o homem em geral (ser humano) não quero saber o que é o homem do sexo masculino....

Quando dizem que o homem está destruindo o palneta se refere a todos nós não aos homem!!!!

Bianca L.

Anônimo disse...

Adorei o texto, é um texto perfeito que foca
a realidade do ser humano. Meus parabéns!

Francisco Marcos Gonçalves

Anônimo disse...

Todo o conceito referente aqui mostrado a respeito do homem parte de um princípio chamado limitação da razão, mas o homem é muito mais, isto é, o homem também é espírito. Conheça o seu espírito e assim conhecerá o homem no seu todo.

Carlos Gilmar Pereira Santos

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Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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