SE VOCÊ PENSAR, VAI DESCOBRIR QUE TEMOS MUITO A APRENDER.

luciene felix lamy EM ATO!

luciene felix lamy EM ATO!
Desfrute-o com vagar: há + de CEM artigos entre filosofia, literatura, mitologia, comédias e tragédias gregas (veja lista completa logo abaixo, para acessar clique sobre o título).

ELEITO UM DOS MELHORES BLOG'S NA WEB. Gratíssima por seu voto amigo(a)!

24 de jun. de 2020

LIVE sobre Bernini e o rapto de Perséfone (Prosérpina)

Queridos amigos,


Nesta próxima sexta-feira, dia 26 de junho, às 14h, teremos uma LIVE com Ana Venticinque, do VouPraRoma sobre Bernini e o mito do rapto de Perséfone (Prosérpina) diretamente da Galleria Borghese (Roma).

Compartilhe e avise seus amigos, pois será belo, divertido e muito informativo!

Para assistir, basta entrar no meu Instagram @lufelixlamy ou no @VouPraRoma.

Um grande abraço e até lá!



PS: Ambas as LIVE's estão disponíveis no IGTV do Insta @voupraroma.

Informações sobre viagens à Itália, AQUI



17 de abr. de 2020

COVID-19: O que há de novo sob o sol?


“Eles têm medo do amor porque o amor cria um mundo que eles não podem controlar". George Orwell.


Não é de hoje que, atônita, a humanidade é surpreendida por moléstias com mortandade em escalas aterrorizantes.

Mas, desde os tempos mais remotos, o que permanece igual e o que mudou na forma com a qual lidamos com essas tragédias?

Democrática, a palavra PANDEMIA reúne todos (pan) + povos (demos).

Na antiguidade, quando algo de nefasto assolava uma comunidade, buscava-se a redenção do “castigo divino” por meio da expiação (reparação) das faltas através do clamor e dos sacrifícios aos deuses.

Um dos exemplos deste “modus vivendi/modus operandi” está na a calamitosa situação de Tebas, trazida pelo mais “raiz” dos tragediógrafos, o monumental Sófocles, em 427 a.C.

Sim, buscar inteligir e barganhar com a metafísica é coisa muito antiga. E, paradoxalmente, atualíssima, como veremos adiante.

O povo, então, se empenhava em identificar e banir o miasma (mancha, mácula), expulsando a provável causa daquilo – melhor dizendo, de quem – os arruinava.

É desse contexto que surge a figura do bode expiatório, literalmente, um clássico.

Avançando mais um pouco até a Idade Média (1347), a Peste Negra (transmitida pelas pulgas dos ratos), também nominada Peste bubônica (as feridas formavam bulbos na pele) impiedosamente dizimou um terço da população europeia.

Nesta, elegeu-se por bode expiatório, dentre outros, os judeus. Na Pandemia que enfrentamos hoje, apressa-se em apontar os chineses e seus suspeitáveis hábitos alimentares.

No entanto, uma vez que alimentação requereria um texto à parte e, talvez, somente os sábios pitagóricos (vegetarianos) estivessem em posição de objetar com propriedade, prossigamos.

Desde os primórdios, evidenciando nossa vulnerabilidade diante da inevitável (a morte), o medo fortifica a Fé.

A fragilidade humana diante da Peste medieval, por significativo período, solidificou (talvez seja apropriado dizer “glorificou”) a Igreja. Mesmo que, no 5º ano de Peste, após obstinado apelo ao povo que confiassem em Deus, grande parte do clero tenha desertado, causando imensa revolta na população.

“Gatilho” elevado à máxima potência, a aterrorizante ameaça de morte nos torna mesmo reféns do acaso, da “vontade de Deus”.

Isso é ainda mais dramático, sobretudo, quando estamos cônscios de que nem mesmo uma portentosa e sólida posição social e/ou econômica, garante que a foice nos distinga dos demais.

Evidente, este fato corrobora o desespero com o qual recorremos à metafísica (Fé) em busca do alento que apazigue nossa alma e nos acene com sobrevivência.

A igreja, atacada pela ineficácia diante da Peste, mas já solidificada, passada a tormenta, prosseguiu e, detentora do calendário das feiras (comércio), também impulsionou a economia, promoveu o bem-estar social e patrocinou o Renascimento, tanto nas artes quanto nas ciências, essa última, com tolhedoras ressalvas.

Foi também a Peste medieva que inspirou o poeta florentino Dante Alighieri a escrever “A Divina Comédia: - "Ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança.", imprimindo em nossa memória as terríveis e indeléveis imagens do inferno e dos demônios.

Mais adiante, ao final da primeira guerra mundial, fomos novamente assombrados pela Gripe espanhola (1918-1919), que também ceifou mais 50 milhões de vidas, dessa vez, em grande parte do mundo.

Novamente, testemunhamos um significativo avanço na higiene, medicina, enfim, nas Ciências e uma pujante revolução industrial.

O momento atual indica que a dinâmica de nossa relação com as misteriosas Pandemias não mudou muito.

Acompanhe: primeiro, tomados de assalto, incrédulos, ficamos aturdidos.

Na sequência, a obstinada busca, eleição e perseguição do(s) bode(s) expiatório(s), respaldados pela xenofobia, o fanatismo religioso e inúteis divergências políticas.

Em meio a uma Pandemia, como em nenhuma outra circunstância, exceto na guerra, o que dá no mesmo, pois Pandemia é uma guerra da humanidade contra um inimigo comum (invisível), as caóticas sementes da ignorância encontram solo fértil no ódio, o obscurantismo propaga-se com muito mais vigor em meio ao desespero.

Concomitantemente às manifestações xenófobas, ao fervor religioso e discordâncias políticas, advém o confinamento dos contaminados e o distanciamento pessoal, a fim de se resguardar do contágio.

Em seguida, pois, a Peste é apressada, o enterro dos mortos, cujos desfavorecidos, sem acesso sequer a saneamento básico, são sempre em maior número e, por fim, o imediato e vertiginoso salto – quantitativo e qualitativo – em termos de avanços das technai (Ciências), como já estamos testemunhando.

Longe de Tebas, da Peste bubônica e da Gripe espanhola, vivenciamos a Pandemia do Covid-19 do alto do globalizado e, em grande parte imbecilizado Século XXI, cuja população gira em torno de 7 bilhões de almas.

A diferença mais significativa no modo com o qual estamos lidando com a atual Pandemia de Coronavírus talvez esteja no fato de que, extensão de nossas mãos – escravizadas pelo que se passa no cérebro e o que sente no “cuore” –, celular e internet promovem uma nova e desenfreada revolução à La Gutenberg: a produção e propagação instantânea de todo tipo de informação.

Em meio a esse democrático dinamismo digital, com o caos a um clique, a ignorância se alastra com vigor.

Constatamos DESDE o patético fenômeno da “gourmetização da peste”, onde a turba chafurda com gosto na lama da vulgaridade, explicitando o que mais define a multidão, a saber, ausência de pudor, ATÉ a proliferação de uma inimaginável e portentosa rede de solidariedade, digna de nota e enaltecimento.

Obviamente, a bizarrice do "instagramworthy", o esdrúxulo das “lives” ocas permite entrever o quanto tantos estão abandonados ao próprio obscurantismo e de seus seguidores, que os aplaudem, endossando o grotesco, alçando-os ícones no qual se espelhar.

Neste sentido, exceto pela proliferação da estupidez em progressão geométrica, não há nada de novo sob o sol, pois a Peste que vivenciamos nos traz de volta à tragédia, literalmente, uma vez que a tragédia desempenha a si própria diante do público o que, como afirma Aristóteles, suscita terror e piedade.

Felizmente, para toda essa avalanche, há antídoto! Simples, eficaz, gratuito e ao alcance de todos nascidos de mulher: a liberdade e o poder de escolher!

Pois, todavia, reitero, não é somente o trágico império do mau gosto o que salta aos olhos nesta Pandemia pós-moderna; nem tudo é oportunismo e “self-marketing”.

Embora produções cinematográficas recentes, como “O poço” e “Parasitas” tenham nos permitido ponderar sobre o disparate nas condições de vida de bilhões de pessoas neste mundo, é o invisível, distópico e “disruptivo” Covid-19 que ousa rasgar de vez o véu da desumana e perversa desigualdade social, que sufoca e mata sem sujar as mãos.

Mudanças. Decerto, haverá mudanças, como as que já ocorreram nas Pandemias de outrora: na economia, em nossa relação com o consumo, na educação, na relação entre patrões e empregados, nos próprios empregos, no surgimento de novas profissões, nas Ciências, nas medicinas alternativas, e sobretudo na inimaginável celeridade dos avanços tecnológicos, por exemplo.

Mudanças! Até porque, urge minimizar a portentosa demanda por dignidade material e saúde psíquica de tantos seres humanos desafortunadamente desamparados.

Mudanças inacreditáveis, extraordinárias, como as que já estão, de fato, ocorrendo, vide a espetacular rede de solidariedade que têm viralizado e contagiado a tantas boas almas neste mundo.

Não porque ser solidário “pega bem”, fazer doações seja “modinha”, mas porque nossas semelhanças são mais significativas que nossas diferenças, sobretudo na morte, que é o que nos define (mortais, lembra-se?).

Rasa ou profunda, morosa ou veloz, tímida ou mais audaciosa, o fato é que a mudança oriunda da Pandemia do Covid-19 já começou: o “aplicativo” compaixão foi instalado com sucesso.

É por essa APOTEOSE (rumo ao “theós”) que ansiamos desde a aurora dos tempos. Não há mesmo nada de novo sob o céu.

Exceto, essa vontade contagiante de nos tornarmos mais humanos. E então, não seremos só tragédia, mas um verdadeiro ÉPICO!  \o/


Luciene Felix Lamy 
Profa. de Filosofia e Mitologia Greco-romana
WhatsApp (13) 98137-5711

24 de fev. de 2020

CRÍTICA FILME PARASITA - disparidade de moradias

Clicando sobre as imagens, elas ampliam.

Sem dúvida, PARASITA, o filme vencedor do Oscar 2020, dirigido pelo sul coreano Bong Joon-Ho, suscita inúmeros olhares, permitindo alguns recortes interessantes.

Há muitas críticas inteligentes referentes a película, sobretudo no que diz respeito a parte, digamos que, mais técnica: roteiro, direção, fotografia, elenco, etc.


Na presente análise, ponderamos o quanto o ambiente (espaço físico) das moradias influencia na psique, pois a discrepância das casas das duas famílias retratadas no filme é um dos vieses que mais chama a atenção.

Sábio, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que para viver bem é preciso saber escolher onde morar, o que comer e com quem se relacionar. Sem dúvida, morar bem é fundamental, mas há quem não tenha opção de escolha.


Desde os primórdios, ainda no tempo das cavernas, após cumprir a função de garantir segurança e privacidade, a moradia evoluiu e se aprimorou cada vez mais, passando a proporcionar conforto e demarcar status social, balizado, sobretudo por localização, metragem, projeto arquitetônico e materiais de acabamento.


A residência talvez seja o mais explícito símbolo de posição numa estratificação social. E, se o que classificamos como sendo moradia de uma classe baixa é passível de divergência, o conceito de como é a habitação de pessoas de alto poder aquisitivo - independente do lugar no mundo - não deixa margem para muitas dúvidas.


Por nos trazer dois exemplos extremos – em termos socioeconômicos –, em PARASITA, a questão da moradia salta aos olhos. Aliás, diríamos que, mais que mero “pano de fundo”, ambas moradias são também protagonistas da trama.

Àquilo que o florentino Nicolau Maquiavel, considerado “Pai” da ciência política moderna, ponderou como sendo a Fortuna, quando evidenciada pelo CEP, não é – graças à Virtù – necessariamente, destino. Ainda mais se atentarmos ao democrático papel da Internet no mundo contemporâneo.


Astúcia e acesso à Internet. Em PARASITA, vemos como os membros da família desfavorecida utiliza desses expedientes – de forma nem sempre ética – para ascender socialmente. 

Graças ao Wi-Fi roubado, aprende-se a dobrar caixas de pizzas, arteterapia, falsificar certificados, mecanismo de direção de um carro Mercedes, etc.

Mas não é sobre a licitude ou não desses atos que versamos, em nosso horizonte está a questão da disparidade das moradias de ambas famílias, algo que, infelizmente, testemunhamos haver em praticamente todo o mundo.

Para compreender que essa diferença é antiga e, infelizmente, eterna, convido o leitor a apreciar o artigo que redigi sobre a teoria tríplice da Alma, onde Platão esclarece AQUI de forma absolutamente clara, lógica, coerente e lúcida porque é uma utopia almejar que sejamos todos iguais. Não, não somos. Jamais seremos. Mas talvez haja algo a ser feito. Prossigamos.

Atentemos ao fato de que, basicamente, o que caracteriza recursos (riqueza/poros) é o ter. Já a pobreza é a falta (penia, daí penúria). Como nos ensina Platão, n’ “O Banquete”, Eros, é fruto de ambos (poros e penia), une, amalgamando àquele que dispõe ao qual falta.


PARASITA expõe o modus vivendi, e, consequentemente, modus operandis evidenciando a relação de interdependência que há entre abastados e desafortunados, o que nos lembra o papel de Eros: um elo a unir o que têm ao qual falta.


Há todo um portentoso extrato social sem acesso à educação que se beneficia da aversão e/ou inépcia dos abastados aos serviços braçais, domésticos.

Esta é uma realidade evidente, sobretudo em países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento como o nosso Brasil, onde os investimentos governamentais em educação são perfidamente negligenciados.


Em termos de moradia, o rico dispõe de segurança, privacidade, luz, espaço, beleza, ordem, limpeza e conforto. Já ao pobre, falta tudo isso e mais um pouco.

O quanto e até que ponto, o “TER” influência o que somos, o famoso “SER”?

Há uma cena no filme que deixa entrever a resposta, quando o pai da família pobre afirma: “Eles são ricos, mas são legais”, ao que a mulher corrige: “São legais porque são ricos”.

Trata-se de um círculo vicioso, que se retroalimenta. Esse mecanismo pode ser observado também na esfera da miséria, onde paira a angustiante atmosfera de limitações que, coroada pela imundice, eventualmente contribui para a eclosão da impaciência ou até mesmo da violência, além de ser porta larga para saídas ditas mais “fáceis”.


Enquanto que a moradia da família abastada é arquitetonicamente planejada, numa edificação que prioriza a luz, a amplitude dos espaços e o minimalismo, a moradia da família pobre é improvisada, escura, suja e com notório acúmulo de objetos.


Transitar em meio à beleza, a ordem e o frescor, influencia nossas emoções. Seja na casa, seja no corpo, todos nós nos sentimos muito melhor asseados e perfumados. Aliás, a questão do aroma também é basilar em PARASITA.

Causa um profundo (e, às vezes, indizível) mal-estar na psique viver inserido no caos, pois a desordem exterior suscita e também promove certa desordem interior.

Diferente da riqueza, quase sempre clean, iluminada e asséptica, a pobreza convive com indesejáveis insetos, maus odores, tralhas, enfim, inutilidades.


Cabe ressaltar que, ao menos em PARASITA, a união familiar é algo que salta aos olhos em ambas famílias, talvez até mais naquela desfavorecida. Ali são, um por todos e todos por um. 

Não há riqueza maior que contar com o esteio dessa coesão consanguínea. A cumplicidade que permeia toda a família é notória, convivem na pobreza, de ordem material, não de afeto.

Os ricos de hoje diferem dos de outrora (vide a época vitoriana), quando o minimalismo não era a diretriz, algo a se almejar.

Representando a atualidade, oportuna e apropriadamente, o chefe da casa da família abastada trabalha em área tecnológica. A nova elite é vanguardista e seu habitat explicita isso.

Em PARASITA, a mobília (exceto talvez, pelos quartos dos filhos) é composta do mínimo necessário, em contraponto à moradia dos desfavorecidos, visivelmente acumuladores, incluindo os fracassos em suas empreitadas profissionais.


Observamos também que, folgados e espaçosos, quando os pobres têm uma oportunidade de desfrutar do ambiente e das iguarias dos ricos, são bagunceiros, trazendo a anarquia já impressa na alma. E relutam a reconhecer e ajudar seus homóis (iguais).

A contemplação da beleza presente na natureza, como um jardim, são elementos concretos que nos envolvem numa aura benfazeja, impactando beneficamente a nossa vida como um todo.

Embora saibamos que residir numa ampla mansão minimalista não é condição sine-qua-non nem passaporte para a felicidade, é inegável que lutar para morar com dignidade deve ser um ideal almejado, e, claro, alcançado por todos nós.

Como no frontispício do deus grego da saúde e da harmonia, Apolo, no templo de Delfos, aqui também vale o “Nada em excesso”

A justa medida, o métron grego revela-se viável, algo a nos pautar.

Nem 8 nem 80: entre a exuberante residência dos Park e a humilhante moradia da família Kim, entre o preto e o branco, há toda uma gama de nuances perfeitamente dignas, aconchegantes e habitáveis. 

Como a nossa casa, por exemplo, de onde podemos planejar ações que exijam dos políticos - ELEITOS POR NÓS! -, que atentem ao bom uso dos recursos que entregamos sob suas responsabilidades, minimizando tais disparidades. 


Os inteligentes jovens acima merecem isso, todo nosso respeito, atenção e empenho.

Luciene Felix Lamy
Whats (13) 98137-5711




AQUI, o ANTES e o DEPOIS de uma moradia de uma família em Guaianases (Zona Leste de SP) que encontrei através do Facebook.

Abaixo, o prestimoso trabalho de Luciana e Siomara, duas amigas que se dedicam a organizar e deixar sua casa impecável. 



Related Posts with Thumbnails

ESCOLHA & CLIQUE (leia no topo). Cultura faz bem ao Espírito!


Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

Você se sentiu ofendido...

irritado (em seu "phrenas", como diria Homero) ou chocado com alguma imagem desse Blog? Me escreva para que eu possa substituí-la. e-mail: mitologia@esdc.com.br