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11 de jan. de 2008

Guerra e Paz - Ontem, hoje e sempre! Zeus Kxenós "Lei" da Hospitalidade



Na Grécia Antiga havia um inviolável código de Paz enviado por Zeus, do Olimpo: a “Lei” da hospitalidade.


No polêmico mundo de hoje, ressôa-nos ainda o eco grego. Profundos conhecedores dos meandros que permeiam as delicadas teias que tecem a guerra e a paz entre os homens, temos em poetas exponenciais tais como Homero e Hesíodo o registro de como ela, a guerra, a maldita “Polemós” se origina. E o palco desses conflitos é o Oikós (Lar).

Na Grécia Antiga havia um inviolável código de Paz enviado por Zeus, do Olimpo: a “Lei” da hospitalidade. Ksenia: Nem mesmo os deuses poderiam infringí-la. Trata-se da obrigação de receber bem todo e qualquer estrangeiro, trata-se de prestar cuidados, auxilio, hospitalidade, derivando daí a palavra “hospital”.

Qualquer pessoa, viajante, de passagem, bastava bater à porta: “toc-toc” da forma mais prosaica do mundo e seria recebido diretamente pelo dono da casa.

Este, abstendo-se de qualquer inquérito prévio para que não configurasse interesse mercantil, imediatamente acionava uma serviçal, uma escrava que, com a bacia d'água, sabão e panos limpos, oferecia-lhes ao estrangeiro para higiene e conforto inicial.

O visitante lavava o rosto, as mãos e era imediatamente conduzido a seus aposentos. Lá, encontrava acomodações e roupas limpas. Seu cavalo e o de seus parceiros, se houvessem, eram também tratados.

O dono da casa instruía a todos sobre a cordialidade para com o hóspede e durante cerca de dois a três dias era um banquete só. Disponibilizava-se o que havia de melhor na casa: pães, azeites, frutas raras, vinhos, faisões e cordeiros.

Ao fim desses dois ou três dias de festejos e fartura, finalmente o hóspede sentia-se compelido a, diante de seu anfitrião, sua mulher, filhos e demais parentes, falar sobre sua origem, seus pais, sua terra e principalmente, o propósito de sua visita. Este podia ser uma simples viagem, algum interesse comercial, um comunicado importante, um chamado, um circunstancial e delicado momento de necessidade pecuniária...

Não havendo relato e, portanto ressonância de uma hospitalidade anterior, de qualquer modo, estava semeada a Paz. O anfitrião tinha como certo o digno recebimento de algum dos seus em terras estrangeiras.

Nessas ocasiões, muitas vezes, ocorria a rememoração de que algum ancestral, parente, amigo ou conhecido do anfitrião havia recebido hospitalidade por parte dos pais, parentes ou amigos do visitante e, nesses instantes, a camaradagem era total.

Celebrava-se e brindava-se se selando o “pagamento”, retribuição da Paz com a Paz. O hóspede, agradecido, despedia-se e prosseguia em seu caminho. O anfitrião sentia-se enobrecido por ter semeado ou simplesmente selado a paz, perpetuando-a através de seu honroso gesto.

Nem sempre imperava a Paz nesse acordo tácito. Não eram raras as vezes em que o viajante encantava-se com a esposa ou com uma das filhas de seu anfitrião.

Conta-se até ter havido rainhas, que sentindo o ultraje de terem sido preteridas por algum hóspede por quem tenham se sentido atraídas deturparam propositalmente as ações relatando ao marido as inexistentes investidas por parte do hóspede. Estava declarada a guerra: “Polemós”, daí o termo polêmica.

Ser acolhido, bem recebido, e retribuir toda distinção e apreço com uma aviltante traição era inadmissível! Violar regra sagrada era incitar a guerra!

Narra Homero, na Ilíada, que Páris, irmão de Heitor, filhos de Príamo e Hécuba, Reis de Tróia, violou esta Lei. Ao seqüestrar Helena, mulher de Menelau (mesmo tendo ido por sua livre e espontânea vontade) selou o trágico fim de uma dinastia.

Todos os gregos se aliaram a Menelau, irmão do Atrida Agamêmnon, Rei de Esparta, para a guerra. Tróia foi destruída. Sucumbiu por ter incorrido no erro de ter acobertado o mais famoso adultério da história do mundo antigo. Tróia (Ílion) atraiu POLEMÓS!

E você, como tem recebido a quem bate à sua porta? Receba bem, muito bem quem quer que seja, pois essa é a suprema Lei da Paz, Lei de Zeus (basta trocar o "Z" pelo "D", se assim o desejar).
 

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Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

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Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

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Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

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