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12 de jan. de 2008

Aristófanes – A vitória do Discurso Injusto sobre o Justo

No artigo anterior, versávamos sobre o comediógrafo grego Aristófanes (455a.C.-365a.C) e uma de suas peças teatrais, “As Nuvens”, onde explicita seu repúdio às novas pedagogias que insurgem em Atenas. Importante esclarecer que, errôneamente, Aristófanes elegeu Sócrates por alvo de sua crítica porque identificou nele o mais famoso representante daqueles indivíduos pelos quais nutria profundo desdém: os sofistas, sábios que mediante pagamento se dispunham a ensinar a arte da retórica a fim de vencer qualquer litígio. Analogamente, é como se, para desferir críticas às igrejas, apontássemos Jesus Cristo. Sócrates foi Mestre no ensino do instrumento e não responsável pelo mal uso que fizeram dele.

Angustiado, o velho e endividado Strepsíades lamenta que, à medida em que as fases da lua se alteram, vai se aproximando o prazo de vencimento das dívidas. Apesar de todo seu desespero, tanto o filho quanto seu escravo não fazem outra coisa senão dormir e peidar. Inútil lamentar-se pois, com a possibilidade de guerra, é fácil escravos deserdarem. Não conseguindo, ele mesmo, lograr sucesso no Pensatório de Sócrates, por lhe faltar preparo intelectual, insiste e louva ter, finalmente, conseguido convencer e matricular o filho. Strepsíades comemora e não esconde sua expectativa com o sucesso que a arte da retórica promete.
Leia esse artigo na íntegra no site da Escola Superior de Direito Constitucional - ESDC

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezada Profa. Luciene Felix,

Sem parafraseamentos, sua escrita foi extremamente 'feliz' pela clareza e erudição,

Atenciosamente,

Prof. Dr. Pe. Pedro Paulo Alves dos Santos
Pós-Doutorando em Estudos de Literatura - PUC-RIO
Doutor em Teologia Bíblica - PUG - Roma (1997)
Doutor em Estudos Literários - PUC - Rio (2006)
Professor do Programa de Pós-Graduação do departamento de Teologia -PUC-RIO (1997-2003)
Editor Brasileiro da Revista 'Communio' (2002-2006).
Avaliador do MEC/SINAES (2006)
Assessor Científico "Ad Hoc" da EDUEL
Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. (SBEC)
Membro da Associação Brasileira de Literatura Comparada.(ABRALIC)
Faculdade de Letras - UNESA (Estácio de Sá)

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Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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