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luciene felix lamy EM ATO!

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1 de abr. de 2010

AMOR LÍQUIDO - Sobre a a fragilidade dos laços humanos

“É da natureza do Amor ser refém do destino”.
Lucano/Francis Bacon

É sobre a desesperadora dificuldade de se perpetuar os vínculos no mundo de hoje que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman se debruça na obra que dá título a esse artigo, e a respeito da qual tecemos breves considerações.

Eterno e em constante mudança, o amor é dos deuses mais antigos, a maior dýnamis (potência) do universo. Concilia a permanência de Parmênides (o Ser É) e a mudança de Heráclito (Tudo Flui), o que não surpreende se considerarmos que sua areté (excelência) é justamente essa: unir.

Desde ‘O Banquete - sobre o Amor’, de Platão (vide artigo nesse Blog), onde nada de relevante deixou de ser dito acerca do Amor, o que há de novo em nossa líquida sociedade moderna alterando essa potestade? É possível que ainda existam ligações indissolúveis e definitivas? Ou o veloz virtual mundo líquido em que vivemos dificulta o perene, nos obrigando a viver constantemente sob a égide da incerteza, numa absoluta fluidez e alternância de vínculos?

Quando as relações virtuais (conexões) estabelecem um padrão, um novo molde/paradigma de relacionamento se impõe. E em nosso cotidiano, o virtual tem se tornado cada vez mais real.

E o que é a realidade? Segundo a clássica descrição de Émile Durkheim (1858-1917): algo que fixa, que ‘institui fora de nós certas formas de agir e certos julgamentos que não dependem de cada vontade particular tomada isoladamente’; algo que ‘deve ser reconhecido pelo poder de coerção externa’ e pela ‘resistência oferecida a todo ato individual que tenda a transgredi-la’.

Quanto aos vínculos, atentemos para o fato de que o de parentesco goza de um status privilegiadamente singular: é de nascença, incondicional, irrevogável e indissolúvel. É pura e simplesmente, querendo ou não, uma coisa dada. Passíveis de serem mais estreitados ou nem tanto, vínculos de parentesco não são precedidos por escolha (escolher qualifica), daí serem bênçãos ou maldições, dádiva ou sina.

É precisamente a inabalável solidez que o parentesco pressupõe, que tanto almejamos quando, por desejo, nos unimos a alguém. Obviamente, ao exercermos a liberdade de escolher a quem nos vincularmos, priorizamos nossas afinidades – Wahlverwandschaft.

É no reduto das escolhas amorosas que, exercendo nosso livre arbítrio, ao sermos correspondidos, vislumbramos o valor do nosso ‘eu’. E de quanto mais virtudes, predicados, distinções e de atributos singulares a pessoa escolhida for dotada, mais glória tributamos a nós mesmos: “No brilho ofuscante da pessoa escolhida, minha própria incandescência encontra seu reflexo resplandecente”, diz Bauman.

No decorrer da vida, nossos valores mudam (aos 50 anos, estaremos atentos a virtudes inimagináveis aos 20, por exemplo). Estejamos cônscios a mais essa doce cilada de Eros. Convém não fazer do amado, objeto: “uma simples extensão, eco, ferramenta ou empregado trabalhando para mim (...).”

Parentescos, cultivados ou não, estarão sempre à mão, já a escolha deliberada “diferentemente da sina do parentesco, é uma via de mão dupla. Sempre se pode dar meia volta”. Exceto, talvez, pela adoção de um (a) filho (a), cujo cordão umbilical (mesmo quando inexistente), é duplamente alicerçado, nas demais, Bauman chama a atenção para o fato de que “A menos que a escolha seja reafirmada diariamente e novas ações continuem a ser empreendidas para confirmá-la, a afinidade vai definhando, murchando e se deteriorando até se desintegrar”.

O ‘regar todos os dias’ é algo que soa extremamente extenuante para nós, já avessos e desacostumados a sólidos e duráveis, hipnotizados pelo instantâneo, descartável e de menor esforço possível: “nem mesmo os casamentos, ao contrário da insistência sacerdotal, são feitos no céu, e o que foi unido por seres humanos estes podem – e têm permissão para – desunir” como nos alerta o sociólogo.

O cultivo de uma relação, amorosa ou de amizade – real ou virtual – pode se revelar árduo e enfadonho. Quer seja nos tempos d’outrora, ou nos dias de agora, é exigir demais a um casal apaixonado o cumprimento da promessa de que o amor dure e perdure até que a morte os separe.

O sapientíssimo tragediógrafo grego Sófocles (496 a.C. – 406 a.C.), em sua atemporal obra “Antígona” é certeiro: “O que é a vida do homem? Algo que não é orientado para o bem ou para o mal, nem moldado para louvar ou censurar. A oportunidade leva o homem às alturas, a oportunidade o arremessa para baixo e ninguém pode prever o que será a partir daquilo que se é”.

Mesmo que essa imprevisibilidade nos assombre, Bauman nos diz também que “ninguém pode suportar com leveza essa impossibilidade (...) é o futuro, assustadoramente desconhecido e impenetrável, e não a dignidade de um passado que, embora venerável, se oculta por trás do dilema (...)”. O fato é que talvez nunca tenha havido tantas oportunidades – leiam-se incertezas – quanto agora.

Se diante dum oráculo, pudéssemos indagar sobre o futuro de nossos amores, por qual das seguintes possibilidades de resposta optaríamos: A) Durará para sempre; B) Não durará ou C) Não há como saber?

Misteriosamente “barrando o acesso, negando o ingresso, inatingível e eternamente além do nosso alcance”, a última opção é a divina, aponta o estudioso. Assim é o amor.

Fascinante, Eros não desagrada a ninguém, imprevisibilidade é outro de seus desconcertantes e sedutores atributos. Sentimentos de insegurança fomentam desejos conflitantes que culminam na dilacerante alternância entre “apertar os laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos”.

Por mais que desejemos ser um só – somente o amor permite essa fusão, repetidas vezes – há a intransponível dualidade dos seres: “Tentativas de superar essa dualidade, de abrandar o obstinado e domar o turbulento, de tornar prognosticável o incognoscível e de acorrentar o nômade – tudo isso soa como um dobre de finados para o amor.”

Será que, quando se trata de amor, posse, poder, fusão e desencanto são mesmo, “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse” como aponta o estudioso? Zygmunt Bauman diz que Odo Marquad atentou para o fato que “do parentesco etimológico entre zwei e zweifel (“dois” e dúvida”, em alemão) e insinuou que o elo entre essas palavras vai além da simples aliteração. Onde há dois não há certeza”.

Reduzindo drasticamente as pressões, em nenhum outro ambiente os vínculos, os relacionamentos são tão agradáveis e descartáveis quanto no mundo virtual: “As relações virtuais se encaixam como uma luva na atual vida moderna. Diferente dos compromissos ‘reais’ e, mais aprisionantes ainda, dos compromissos de longo prazo, essas relações são indolores, são fáceis de entrar e sair, aparecem e desaparecem num clique: ‘Em comparação com a ‘coisa autêntica’, pesada, lenta e confusa, eles parecem inteligentes e limpos, fáceis de usar, compreender e manusear (...)”.

Simplesmente embaraçosos ou perturbadoramente constrangedores, muitas vezes é grande a dificuldade de romper vínculos/relações ‘inconvenientes’, mas romper uma ‘conexão indesejável’ não requer prática nem tampouco habilidade: “conexões podem ser rompidas, e o são, muito antes que se comece a detestá-las”, diz Bauman.

Existe algo mais simples que não responder a um email (que podemos não ter mesmo recebido ou ido parar na caixa de ‘spam’)? E o ‘Delete’ no teclado, além de tempo, não nos poupa também da enfadonha necessidade de promessas, desculpas e das inúmeras e incômodas máscaras?

Mas não se iludam! No mundo virtual, embora sejam inúmeros (e sempre crescentes) os “contatos”, ter acesso não significa (muito menos garante) relações prazerosas, vínculos estreitos e: “Manter-se em alta velocidade, antes uma aventura estimulante, vira uma tarefa cansativa”, aponta Bauman.

Obviamente há o risco de, não favorecendo êxito no aprofundamento (leia-se qualidade) das relações, buscarem-se compensações na velocidade com que eles surgem e desaparecem (entenda-se quantidade).

No virtual, substituição é a palavra de ordem: “quando se esquia sobre gelo fino, a salvação está na velocidade”. Nada mais confuso, instável e descartável.

Lúcido, Zygmunt Bauman diz que “Não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer (...) chegado o momento, o amor e a morte atacarão – mas não se tem a mínima idéia de quando isso acontecerá. Quando acontecer, vai pegar você desprevenido”.

Nada avessa ao mundo virtual, considero curioso que essa navegação favoreça e muito a idealização do amor, realizando o platônico. Vínculos reais e relações físicas, além de sujeitos a conceitos pré-concebidos (preconceitos) também nos acorrentam a tempo e espaço, enquanto afinidades por ‘idéias’ e ideais, além e acima de mundanidades, são mais livres e autênticas.

Pleno é reunir corpo e alma – Pandêmia e Urânia – as duas modalidades de Afrodite (*). Privilegiar a primeira é mais razoável para a felicidade (do tipo "feito no céu"). Talvez seja por isso que Nietzsche tenha recomendado que nos unamos com quem seja prazeroso... conversar!

Tão inescapável quanto à morte, reais ou virtuais, nunca houve nem haverá receita universal para desfrutar dessa dádiva que é o amor. Como a própria vida, não há garantia de prazo. Seu destino é enfeitiçadoramente inconcluso, exatamente como proferido pelo oráculo. O télos (propósito) desse daimon divino é gerar e parir a beleza - no corpo ou na alma – pode ser em ambos. E até eterno.

(*) Trecho de meu artigo O Banquete – sobre o Amor, Platão (disponível em meu Blog).

Mais realista, “não é um só”, objeta Pausânias que, cingindo a unidade do Amor, subdivide-o e (não os excluindo) hierarquiza-os imediatamente: Afrodite não é só uma, há a mais velha, Urânia (Celestial) e a Pandêmia (pan = todos e demos = povos). Nesta última, amam mais o corpo que a alma. Afrodite Pandêmia (a Popular, vulgar) inexoravelmente é vencida pelo tempo (Chronos): “Com efeito, ao mesmo tempo em que cessa o viço do corpo, que era o que ele amava “alça ele o seu vôo” (citando Homero), sem respeito a muitas palavras e promessas feitas. Ao contrário, o amante do caráter, que é bom, é constante por toda a vida, porque se fundiu com o que é constante”.

Pausânias revela duas formas de Amor: Afrodite Urânia, associada ao eterno, imortal e Afrodite Pandêmia ao transitório, mortal. Os dois amores são necessários, embora sucumbir dando ênfase à Pandêmia desvirtue a pólis.

E mesmo que esteja passível de cometer um engano, um erro de pessoa, quem ama verdadeiramente é digno de nobreza.

Discuta esse texto aqui mesmo em nosso Blog.

31 comentários:

Anônimo disse...

A internet pode servir para sermos mais nós mesmos também nos juntando com pessoas mais parecidas com a gente e falando sobre coisas que nos interessam ao invés de trivialidades vazias.

É muito mais difícil achar alguém que queira falar de filosofia por exemplo no mundo do que na internet.

As facilidaes para fingir ser quem você não é são compensadas pela facilidade para você poder ser mais autêntico.

Além do que não se finge ser alguém que você não é sem nenhum motivo. Isso limita o alcance da ficção de certa maneira.

Bruno

Luciene Felix disse...

Que paradoxo né Bruno?

Isso requer um detido olhar sobre a famosa "alegoria da linha", na República de Platão.

Mímesis, cópia, eidolon aquela fantástica doidêra toda. A Internet alcança o 'abstrato' da Ideia, sem perder o vínculo com o sensível. Nossa, já tô louca pra estudar isso! Mas creio que meu próximo texto deverá sobre o mito de Perseu.

Procuro dar uma intercalada nos temas (filosofia/mitologia/literatura) para não 'cansar' o leitor. E o filme "Fúrias de Titãs" tá pra estreiar: não perco por nada. Será que vão explicar porque Andrômeda foi amarrada ao penhasco para ser sacrificada? Perdoe, já sai do assunto, rs.

Gostei muito de suas observações Bruno. Tudo o que postasses só nos enriquece. Obrigada mesmo. Bjs., lu.

Anônimo disse...

Esse tópico me lembrou alguém que conheci na net há alguns anos...

O maluco me pediu em casamento...

E me ensinou que há muitos espaços vazios em nós
necessitando ser preenchidos.
E cada pessoa que nos inspira ou toca em nosso intimo,
Estando no real ou virtual nos preenche de alguma maneira
esses espaços.

E me ensinou também
Que eu era apenas a fonte
Mas o AMOR pertencia a ELE.

Foi um aprendizado inesquecível!!!
Que vai me alimentar para sempre.

Obrigada Lu,
Por me fazer relembrar tão bons momentos.
Celeste.

Luciene Felix disse...

Noooooooossa Celeste!

"há muitos espaços vazios em nós
Necessitando ser preenchidos...
E cada pessoa que nos inspira ou toca em nosso intimo,
Estando no real ou virtual nos preenche de alguma maneira
Esses espaços."

Que poético, filosófico, romântico.... disse tudo: amei.

Eu que agradeço. Bjs., lu.

Anônimo disse...

“É da natureza do Amor ser refém do destino”.
Lucano/Francis Bacon.

Pergunto:

Há Destino?

O "Script" foi escrito? Somos meros Personagens, Atores, Marionetes sem qualquer responsabilidade com o conteúdo do texto ?

Podemos escolher entre amar e não amar?

Ana

Luciene Felix disse...

Grata por perguntar Ana!

“É da natureza do Amor ser refém do destino”. Lucano/Francis Bacon.

Pergunto:

1) Há Destino?
Ana, entendi 'destino' aqui como 'acaso'. Há. E, a menos que sejas muito 'novinha', já sentisses o peso ou a leveza que é.

2) O "Script" foi escrito? Somos meros Personagens?
Somos co-autores.

3) Atores, Marionetes sem qualquer responsabilidade com o conteúdo do texto?
Mezzo a mezzo, rs. Uma vez no avião, sempre podemos escolher o que desejamos fazer dentro dele, rs.

4) Podemos escolher entre amar e não amar? Sim! Podemos amiga! Mas, somente alguns, rs. Sobretudo COMO amar.

Se puder, confira - O Banquete, sobre o Amor, de Platão - e também - O Narcisismo no mito grego -. Estão todos aqui.

Bjs.,lu.

Anônimo disse...

Lu Felix diz:

1) Há Destino? Ana, entendi 'destino' aqui como 'acaso'. Há. E, a menos que sejas muito 'novinha', já sentisses o peso ou a leveza que é.

Ana seguindo o diálogo:

Acaso, (do latim a casu) é algo que surge ou acontece a esmo, sem motivo ou explicação aparente; o encontro acidental de coisas. Aleatoriedade objetiva de Epícuro? ausência de causas...

2) O "Script" foi escrito? Somos meros Personagens? Somos co-autores.

Co-autores?!!? Como assim? No sentido de que há muitos Autores? se assim for concordo, rs.

3) Atores, Marionetes sem qualquer responsabilidade com o conteúdo do texto? Mezzo a mezzo, rs. Uma vez no avião, sempre podemos escolher o que desejamos fazer dentro dele, rs.

Ortega Y Gasset: "Eu sou eu e minhas circunstâncias", rs. OK!

4) Podemos escolher entre amar e não amar? Sim! Podemos amiga! Mas, somente alguns, rs. Sobretudo COMO amar.

Agora fiquei curiosa: Porque Diabos você entende que só alguns podem escolher entre Amar e não Amar? O que difere uns de outros em relação a esse poder de escolha específico?

PS: Gosto do seu Blog. Navego por aqui vez por outra.

Ana

Luciene Felix disse...

Prosseguindo a prosa....

Creio que não tenha ficado muitos pontos obscuros nos itens 1, 2 e 3, pelo que pude entender...

"Acaso", "fatum", "destino", "Fortuna", "vontade dos deuses", "o imponderável"... são tantos os modos com os quais nomeamos o que não podemos prever, àquilo que está além e acima de nossa vã filosofia.

Adorei essa sua espontaneidade do "Por que Diabos você entende", rs.

Não são TODAS as pessoas que conseguem “reunir forças” (ser ético) que privilegiem a ratio, a razão, o lógos, o bom senso, a razoabilidade, o Pensar, o deliberar, o ponderar, pesar, pôr na balança, equacionar, e principalmente "considerar" (não ser egoísta) amiga!

Sabemos, por Pausânias (e experiência própria, mesmo que sejas "virgem"), que o Amor não é um só: fogos (atração), há os do corpo e os de Alma. Às vezes vêm juntos - e aí, o bicho pega, rs.

Somos sensíveis às mais primitivas e físicas (animalescas mesmo) necessidades do corpo; e há também o anseio pela união com algo mais perene, elevado, espiritual, de idéias e ideais (platônico), que, se raciocinarmos, estão (ao menos deveriam) acima da concupiscência.

Por que somente alguns podem escolher?

Redundância: só o lógos hierarquiza. Não são todos que, desconsiderando Urânia, sucumbem cegamente a Pandêmia.

Embora não sejam excludentes tal qual o céu e a terra, o espírito e a matéria, muitas vezes se opõem.

Ana, essa briga é velha. Talvez a mais antiga do mundo.

É "ordem" x "caos".


Numa linguagem nietzschiana, o "apolíneo" x "dionisíaco".
As duas faces do deus de Zaratustra: Ahura-Mazda.
Oito dinastias (Tróia/Ílion) sucumbiram por essa questão!
Gerou tragédias belíssimas (vide Hipólito de Ésquilo, Medéia de Eurípides).
E irresistível, a "poderosa Afrodite" nos arrebata até hoje!
Quantos "contratos" não são desfeitos (sem pestanejar!) por conta de seus caprichos?

Nem duvide! Ela nos joga no chão (embora também nos leve aos céus), brincando!

É absurdamente desconcertante o poder dessa potestade.

Nem ousemos desafiá-la: não há o que possa detê-la (exceto a razão, que conforme o caso,
há de ser de muita, de muita lucidez mesmo).

É justamente isso o que difere uns de outros. Capacidade de subjugar ou ser subjugado pela poderosíssima deusa da beleza e do amor: Afrodite.

Ninguém está imune. Mas como já disse, problema mesmo é se houver algum interdito mais sério, pois quanto maior o interdito, mas grave o "estrago".

Um grande beijo amiga,

lu.

Anônimo disse...

Sim, esta prosa é instigante.

Lu diz:..."Acaso", "fatum", "destino", "Fortuna", "vontade dos deuses", "o imponderável"... são tantos os modos com os quais nomeamos o que não podemos prever, àquilo que está além e acima de nossa vã filosofia.

Ana: Acaso, destino, imponderável são rótulos que uso para explicar: não sei "ainda", como funciona.

Lu diz: Não são TODAS as pessoas que privilegiam a ratio, a razão, o lógos, o bom senso, a razoabilidade, o Pensar...

Ana: Não privilegiam a razão, o pensar porque não querem agir assim? Potencialmente podem?

Lu diz: Sabemos,... que o Amor não é um só: fogos (atração), há os do corpo e os de Alma. Às vezes vêm juntos - e aí, o bicho pega, rs.

Ana: Aí!... quando acontecem juntos... UAU! "só a morte os separa, rs "...

Lu diz ... É ORDEM x CAOS.
E quer ver o que é bom pra tosse? Duvide! Ela nos joga no chão (embora tb leve aos céus), brincando! É absurdamente desconcertante o poder dessa potestade!...
Capacidade de subjugar (ou ser subjugado) pela poderosíssima deusa do Amor e da Beleza: Afrodite.

Ana: Posso identificar a beleza , posso identificar o amor, posso identificar a paixão, posso identificar o desejo de possuir algo belo.

Como "Homo Sapiens" privilegio a razão sem perder a Poesia , o Encantamento; os deuses estão ocupados com coisas de deuses ... "Homo Sapiens" cuidam de si....

Lu,

"é bom por emais proseá com ocê "... (esta é uma fala bem mineirinha, rs)

Ana

Luciene Felix disse...

Ana: Acaso, destino, imponderável são rótulos que uso para explicar: não sei "ainda", como funciona.

“FUNCIONA” amiga? Estamos “datadas”, hein muié! Kkkkk.
Isso é fruto de uma razão instrumental (Ver Horkheimmer ).
É a “tar” da “metá-tá-fisica” de Arizin. kkkk Estáis certa: é o não sei.
Se “ainda” ou sempre... tá em aberto! Vâmu filosofar.


Ana: Não privilegiam a razão, o pensar porque não querem agir assim? Potencialmente podem?

Óia, o próprio Arizin começa a “Metafísica” afirmando categoricamente que “Todos os homens por natureza tendem ao Saber”. Mas nem tudo o que há em potência se realiza em ato né? E a questão da... VONTADE?
Vontade é tuuuuuuuuudo amiga! Dá uma conferida no último trecho desse meu vídeo no youtube.

Lu diz: Sabemos,...que o Amor não é um só: fogos (atração), há os do corpo e os de Alma. Às vezes vêm juntos - e aí, o bicho pega, rs.

Ana: Aí!... quando acontecem juntos... UAU! "só a morte os separa, rs " ...

Também né bem assim não (perdoe, mas é a pura verdade). Pode até vir a ser assim. E até se manter assim, por um booom tempo. Mas, “Pantha Rhei” (Tudo Flui), disse Heráclito, o obscuro. A questão é: para sempre? Mistéééééééééééério! Putz! Hoje eu to com um bom humor impossível.


Ana: Posso identificar a beleza , posso identificar o amor, posso identificar a paixão, posso identificar o desejo de possuir algo belo. Como "Homo Sapiens" privilegio a razão sem perder a Poesia, o Encantamento; os deuses estão ocupados com coisas de deuses ... "Homo Sapiens" cuidam de si....

Identificamos porque já os temos/trazemos em nós Aninha. É a “tar” da reminiscência platônica. Na verdade, “reconhecemos” a beleza, o amor, a paixão, o desejo de possuir algo belo e somos impelidos a gerar e parir a beleza. Assim disse a Diotima no “Banquete”.

Como Homo-sapiens não há que, privilegiando a razão, possa/deva perder a poesia, o encantamento, sem dúvida.

Mas essa tua afirmação dá pano pra manga!

“Os deuses estão ocupados com coisas de deuses, ‘Homo Sapiens’ cuidam de si.”


Aninha, desde que o mundo é mundo, não há opção por cá: é lá embaixo ou lá inrriba.

O que difere os imortais dos mortais Aninha? Um é eterno, outro perece.
O que almeja o herói senão a imortalidade?

Homo Sapiens cuidam de si. Sim.
Homo Sapiens que anseiam ser como deuses (heróis - são poucos Aninha!), cuidam de algo, de coisas ALÉM DE SI.


Mil beijos querida desconhecida amiga virtual.

Muito brigada pela prosa vice?
E, como diz meu amigo ‘major’, prossiga o enterro!

Lu.
PS.: Não é por ser virtual que és menos amiga. Segundo Platão, é assim que sôis verdadeiramente AMIGA!

Anônimo disse...

Salve Luciene! Amor é tudo, é a força motriz das relações. Porém há um "preço salgado" para quem banaliza essa pérola por excelência. Entretanto, quando aprendemos a nos amar verdadeiramente, todo e qualquer sentimento doentio de posse é dissipado assim como as pessoas que nutrem este espírito. O amor não engana e não se deixa enganar, ele é! Senti-lo é privilégio de poucos, digo poucos não por exclusão, mas porque ainda há confusão entre respeito e ceder, cuidar e possuir. Destino, escrito nas estrelas... seja qual for o nome dado, se você o encontrou não o deixe escapar! "Cuide bem do seu amor, seja como for" Beijo da Sandra.

Anônimo disse...

Lendo artigos na carta forense, inteligentemente ressalta-se a filosofia, questionamentos usados no dia a dia de nossa atuação jurídica.

Parabens!
Seus artigos diante da técnica cientifica, terá preferência nas minhas citações processuais.

Abraços e feliz páscoa.

Antonio Cursino

Anônimo disse...

Querida Lu,

Deusa Esperança ou Tyche (a Deusa Esperança dos Gregos).

No findo mês de março, meu pensar foi mais no sentido de que o primata está reiniciando seu ciclo, com um estágio na fase "homo paranoicus". Repartição de royalties? Paranóia geral, sem mesmo conhecerem os fundamentos. Ritual vudu com queima do "boneco Ibsen" (não o da Casa das Bonecas). Morte de uma menina rica? Paranóia geral, com desfazimento da ordem jurídica, negação do direito de defesa, ameaça de aplicação da Lei de Linch. Agressões ao defensor, ameaças, imprensa "marron" excitadíssima, perda da soberania do Juri. Quanto ao Homo consumus... a polícia está na porta de uma chocolateria aqui da cidade, com o povo querendo invadi-la para comprar ou, se puder, saquear ovos da Páscoa.

Vc, porém, é um Coquetel de Deusas (saber, beleza, sensualidade, esperança, amor, grandeza humana) e o seu blog nos faz muito bem. Abs.
Paulo de Oliveira

Anônimo disse...

Cara Luciene,

Parabéns pelo seu brilhante artigo "Amor Líquido", veiculado em "Carta Forense", ed.83. Além de Procurador de Justiça aposentado, tenho formação filosófica,
sou jornalista e autor de vários livros publicados.

Não há como negar a fragilidade dos laços humanos. Todo o humano é essencialmente inseguro. Certo cavalheiro borgonhês do século XV dizia que na vida a única coisa segura é a insegurança.

Publiquei recentemente em meu site um artigo, uma fantasia metafísica, na qual sugiro que o módulo da realidade já não é mais a "coisa" sólida, estável, isolada,
e sim a "onda", fluida, instável, aglutinada a outras ondas. A onda favorece a concepção do mundo em rede, que é o nosso mundo de hoje, onde tudo se propaga em rede. A idéia talvez coincida com a concepção de Bauman sobre a liquidez do mundo. Não sei porque só conheço Bauman de passagem. Mas o meu texto foi inspirado pela continuidade da chuva incessante que banha o sudeste do nosso
país, como que anunciando para o futuro outra forma de realidade, a realidade fluida, distinta da realidade coisística.

Ninguém entendeu a fundo o artigo. Espero que você o entenda, pelo que pude ver de sua formação intelectual.

Abraço do
Gilberto de Mello Kujawski
site: www.gilbertokujawski.com.br

Luciene Felix disse...

Estimado Antonio,

Sinto-me lisonjeada por toda essa deferência.

Mas é muita responsabilidade amigo. Quando houver necessidade, por gentileza, me solicite as referências pertinentes aos temas abordados. Grata, retribuo seus votos.
Beijos,
Lu.

Luciene Felix disse...

Querido Paulo,

Tyché (ou Týkhe) é o "Acaso". Mas óbvio que desejamos/nutrimos esperanças de que seja afortunado, rs. Talvez por isso alguns intérpretes também o traduzam por "sorte". Confira o meu texto intitulado: "Parmênides, Heráclito e a Caixa de Pandora", aqui mesmo no Blog.

E, conforme o contexto, tá muito próxima, assim como o "Kairós" é o tempo oportuno, que aliás, muitos traduzem por "fortuna". Trata-se de uma redundância amigo: se é o melhor momento, o tempo certo, é claro que é afortunado. Vale dar uma olhada no breve artigo que escrevi sobre Maquiavel, também está aqui.

Pleonasmo é assim: ajuda e atrapalha, rs. Veja essa palavrinha em alemão citada no texto: Wahlverwandtschaften. É traduzida como "afinidade eletiva". Ora, se é afinidade, é claro que só pode ser eletiva.

No momento, sou/estou mais para um coquetel de dúvidas, rs.

Até me lembrei da Norah, de Ibsen (da “Casa de Bonecas”).
“Homo paranoicus”? Como já disse o poeta leonino, Caetano Veloso: “de perto, ninguém é [mesmo] normal”.

Que bom que aprecias o Blog Paulo.
Creio que sejas da área jurídica...
Bjs., lu.

Luciene Felix disse...

Caríssimo Sr. Kujawski,

Não possuo toda essa formação intelectual que o senhor presume, mas como não compreender seu sensível, poético e sobretudo profundo artigo?

O cavalheiro borgonhês certamente leu o velho e bom Heráclito.

Não é de hoje que sigo as pegadas da natureza, precisamente das estrelas amigo. E preferencialmente, em alto mar.

Tomo a liberdade de transcrever um pequeno trecho de seu texto: "Para mim o presente descontrole climático, assumindo aqui do nosso lado a forma de excesso de precipitação pluvial, encerra uma mensagem que com alguma perspicácia pode ser perfeitamente decodificada.

A natureza, seguindo as pegadas de Goethe, é um livro que pode ser lido simbolicamente.
Para os cientistas o "livro da natureza está escrito em linguagem matemática", como afirmava Galileu.
Mas para os humanistas, como Shakespeare, por exemplo, "há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia."
Ambos têm razão.

A natureza suporta ambas as leituras, a científica e a humanista, bastando lembrar que as figuras geométricas adotadas pela razão matemática, o triângulo, o círculo, a pirâmide, etc., são todas produtos da fantasia humana.

Ensinava Ortega y Gasset que o triângulo e Hamlet são ambos filhos da louca da casa, a imaginação, pois na ordem natural não existe triângulo, nem retângulo, nem esfera. Sem a imaginação não haveria matemática."

Muitíssimo grata por seu e-mail, quando puder, venha tomar um café conosco. Estou certa de que meu Amor também apreciará conhecê-lo.
Um grande abraço,

Lu.

Anônimo disse...

Olá querida

Escrevo para dizer que apreciei muito os textos enviados, o que mais gostei foi aquele acerca dos pecados capitais (enviei aos amigos e até ao meu terapeuta, rss).

Parabéns pelo que escreve, pela forma como o faz e obrigada por tudo isso.

Lembrança minha a todos.
Patrícia Cobianchi Figueiredo

Anônimo disse...

Prezada Luciene,

Como é bom saber que existem trabalhos como esse seu!
Parabéns!

Conforme tua instrução estou me cadastrando para receber seus artigos.

Um grande abraço.

Jorge Moré Jr.

Anônimo disse...

Querida Lu,

Você não tem ídeia de como amei o seu artigo sobre o Amor Líquido.

Outro dia eu li um artigo do Contardo Calligaris e ele cita o autor e o livro do Amor Líquido. Fiquei muito interessada e está na minha lista de próxima compra de livros.

Fico muito orgulhosa de você Lu, voce escreve maravilhosamente bem.

Deus lhe abençoe sempre querida, voce e sua família.


Bjs da Helo

Anônimo disse...

Lu,

Fico feliz em ver como você entendeu a fundo meu texto.

Não quero ser elogiado e sim compreendido.

Muito obrigado.

Vou lançar livro em maio e se você mandar seu endereço postal envio-lhe um convite.

Abraço,

Gilberto M. Kujawski

Luciene Felix disse...

"Fico feliz só por você existir."

Eu também, por você existir.

Anônimo disse...

Cara Professora,

Diante da sua prévia autorização, repassei o seu artigo para os magistrados catarinenses, com o seguinte texto:

"Caros colegas, repasso-lhes a oportuna reflexão da culta Professora Luciene Felix, cujos artigos sobre filosofia e cultura em geral são um convite ao saber. Além do texto, a imagem que o ilustra (quadro de René Magritte), torna o assunto ainda mais instigante, e maravilhoso."

Mais uma vez, parabéns pelo seu trabalho!
Bom final de semana!

Luiz Henrique Martins Portelinha

Luciene Felix disse...

Excelentíssimo,

É só um "verniz". Para adquirir toda essa "cultura" terei que estudar muito. E o farei, com todo prazer, na medida em que os afazeres domésticos e outras exigências mundanas permitirem.

Gratíssima pelo e-mail e tenha também um ótimo final de semana junto aos que lhe são caros.

Bjs., lu.

Andréa Zamaro disse...

Fantástico... de fato, como vc bem me disse : "vc vai gostar"...

Amor tão líquido, tão frágil... amei !!

"Onde há dois não há certeza"... verdadeiro demais... cruel demais !

Parabéns e bj

Anônimo disse...

Boa tarde Luciene,

Espero que se recorde de mim... estive na ESDC na semana passada entregando meu TCC (Eutanásia e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana) e tivemos a oportunidade de trocar algumas palavras. E foi muito bom.... passei pelo seu blog (mas aquilo é mais uma obra!) e só não naveguei mais por falta de tempo... mas aos poucos pretendo conhecê-lo melhor. Parabéns e não é à toa que fora premiado.

Obviamente falei com alguns colegas sobre você e aproveitei para divulgar o blog.... quando mencionei que alguém (???) tentou enganar a morte, o nome do sujeito..... sumiu! E eu aqui, quebrando minha cabeça.... por favor... me socorra (rss).

Outra coisa, gostaria muito (mas nem sei da real possibilidade) de ter vc participando da minha banca. O tempo foi muito curto mas adorei nossa breve conversa! Bom, fica o convite, de coração !

Um abraço

Andréa Zamaro

Luciene Felix disse...

Querida Andréa,

Quem tentou (e conseguiu!) enganar a morte foi Asclépio.

A linhagem da medicina é: Apolo, Quíron, Asclépio (na romana é Esculápio) e seu mais famoso descendente, Hipócrates, considerado o "Pai" da medicina. Menina, como tinha "Pai" na Grécia, não? Perdoe, tô lembrando de um vídeo no youtube do Agildo Ribeiro, rs.

Vou escrever sobre isso, até porque, meus inesquecíveis primeiros dois amores eram da área: Zerbini e Décourt, do InCór.

Um grande beijo e, conte comigo em sua banca. O tema de seu trabalho é muito interessante:

A vida, é um Direito ou um Dever? Talvez seja interessante pensar nesse "ou".
Mil beijos,
lu.

Luciene Felix disse...

Confira o vídeo (divertidíssimo):

http://www.youtube.com/watch?v=wvduwxjwC24

Bjs., lu.

Andréa Zamaro disse...

Obrigada Lu.... obrigada mesmo pela dica. Estou realmente, pensando no "ou" !!! Quem sabe este trabalho vire algo mais concreto... e vou precisar da sua ajuda... e tb estou ansiosa por ler algo seu a respeito...

Beijos no coração

Andréa Zamaro

Luciene Felix disse...

Olá amiga,

Fiquei feliz com sua postagem.
A questão que se coloca, sobre a vida se constituir num Direito ou num Dever, penso que seja, antes de tudo um Direito. Trata-se de uma questão de Identidade x Alteridade. É o "eu" x o "tu". Ora, a primazia é do "eu", sem o qual sequer existiria o "tu". Mas o "eu" já pressupõe/implica num "tu". Existir é "existir com". Não o estudei ainda, mas creio que seja Martin Bubber quem se detém a essa questão.

Quanto ao artigo sobre a façanha (e as consequências)de Asclépio, creio que somente em Julho. Agora estou escrevendo sobre Perseu e, na sequência, pretendo estudar e escrever algo do Adam Smith.
Mil beijos, em seu coeur também,

lu.

Estimulante masculino efeito imediato disse...
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ESCOLHA & CLIQUE (leia no topo). Cultura faz bem ao Espírito!


Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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