Estimado(a) amigo (a) leitor(a),
Parte dos artigos desse Blog foram produzidos durante minha graduação em Filosofia (PUC-SP). Dessa forma, é possível obter um panorama introdutório do Curso. O conteúdo, embora embasado em sólidas referências bibliográficas é acessível e de fácil leitura.
A fim de orientar melhor o aproveitamento, subdividi-os em 4 (quatro) áreas de enfoque, embora os temas estejam interligados entre si.
* Filosofia / * Ensaios / * Clássicos da Literatura / * Mitos Greco-romanos
IMPORTANTE: Para acessá-los, basta clicar no titulo que se encontra na listagem após as postagens mais recentes deste Blog. Estou revisando-os e creio que, em breve, todos já estarão em ordem. Caso haja algum texto que não encontre, na íntegra, nesse Blog, tente o site da ESDC ou ainda do jornal jurídico Carta Forense.
Filosofia:
Platão e Aristóteles
Ser ou não ser? Eis a questão. Ser e não ser? Eis a confusão.
Sofistas – O que é a Verdade?
O que é dialética?
Retórica e Ética – Sócrates x Górgias
ETHOS: entre a verdade e a invenção das razões
Platão e o Mito da Caverna – O que é ser filósofo?
A alma em Platão – O paradoxo de sermos diferentes e semelhantes
Qual é a instância da Alma (psyché) que nos incita à guerra?
O Banquete – Platão: o que é o Amor?
A Prudência em Aristóteles e a questão da sustentabilidade
A Amizade em Aristóteles e em tempos de internet
Descartes: o método cartesiano
Kierkegaard: a conduta humana e os estágios estético, ético e religioso
Maquiavel: pioneiro numa teoria do Estado
Kant: é possível a metafísica como ciência?
Kant e uma filosofia da História – Para onde caminha a humanidade?
Foucault e a Parresía – A coragem de dizer a verdade
Foucault – O poder do discurso
Etienne de La Boétie – Discurso da Servidão Voluntária
Giovanni Pico Della Miràndola – O que confere dignidade ao homem?
Sartre – “O inferno são os Outros”
Darwin, Nietzsche e Freud: Deus está morto?
Freud e a busca pela felicidade
Hannah Arendt – No murmúrio da multidão a consciência adormece
Charles Sanders Pierce – A Lógica Pragmática
Charles Sanders Pierce
Adam Smith – Autodomínio sobre o Orgulho e a Vaidade
Adam Smith – Autodomínio e Falso Autodomínio
Introdução à Fenomenologia
Heidegger e uma Filosofia da Existência
As cinco etapas do movimento de realização da realidade – Parte I e II
Nietzsche e o caráter constitutivo de nobreza
Nietzsche – Culpa, Castigo e... Festa?
Destino, Liberdade e Ética
Xenofonte - Lições de Economia com Sócrates - Parte I e II
Do mito ao lógos - a descoberta da Filosofia
O mito de Er - Escolha da vida em Platão
Tratado Sobre a Tolerância - Voltaire e UNESCO
Movimentos filosóficos helenísticos: os cínicos
Movimentos filosóficos helenísticos: os estoicos
Movimentos filosóficos helenísticos: os epicuristas
A Vontade de Crer - William James - Parte I e II
PLATÃO - O mito do anel de Giges
A atemporalidade dos ensinamentos de Maquiavel - Parte I e II
Platão: Político - Parte I e II
Platão: Político - Conclusão
IMIGRANTES: O mal-estar na civilização (Freud) - Parte I
IMIGRANTES: Hobbes e o Estado - Parte II
A vontade em Thomas Hobbes
Da Amizade - Michel de Montaigne - Parte I e II
O mito de Thoth - Platão
A felicidade em Aristóteles
Schopenhauer - De como viver é sofrer - Parte I e II
Aristófanes e o mito dos andróginos no Banquete de Platão
Princípio da utilidade (felicidade) em Jeremy Bentham
O que é o niilismo? Parte I e II
O mito da parelha de corcéis em Platão (Fedro)
Magnificência - a virtude de saber-se digno de honra
Sêneca - Da tranquilidade da Alma
O mito da parelha de corcéis em Platão (Fedro)
Magnificência - a virtude de saber-se digno de honra
Sêneca - Da tranquilidade da Alma
Além da felicidade possível
A ameaça de Prometeu na tragédia de Ésquilo
Tempo, sabedoria e felicidade
A prova da posição: não basta competência, tem de se ter moral
Riqueza, Prazer, Trabalho e Pobreza
O ideal...
FAMA (inveja) e DIFAMAÇÃO
"Bela, recatada e do lar" - empoderamento de potestades ancestrais
Carcinoma: caranguejo câncer é
Existirpontocom: com quem se relacionar?
Tragédia, Terror & Ética (sobre os atentados em Paris)
O mais perverso e, paradoxalmente, o mais sublime do Universo
Renascimento: Botticelli e a Virtude da Coragem
Renascimento: Giotto e a traição de JudasVolta às Aulas! "Sapientia et augebitur scientia"
Vaidade: "Vanitas vanitatum et omnia vanitas" - Eclesiastes
CONSUMO versus CONSUMISMO - Zygmunt Bauman
Amor cortês – Pedagogia do Amor Nobre
Os Sete Pecados Capitais
Zygmunt Bauman – Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos
A Família – Parte I (Elisabeth Roudinesco)
A Família – Parte II(Os idosos)
Por que cremos?
Incesto e Pedofilia
Exploração das ninfetas – eichmannite é não pensar
Homo consummus desenfreorus: est Sapiens?
Etiqueta: entre a virtude e a hipocrisia
O que é o Homem?
Magia, Mito, Rito e Religião
Respeito às crenças religiosas. Questão de Justiça!
Guerra e Paz - Ontem, hoje e sempre! Zeus Kxenós "Lei" da Hospitalidade
Clássicos da Literatura:
A Volta do Filho Pródigo
Caim e Abel - O relato de como na 1ª família "deu ruim"
Judite e Holofernes - Beleza, virtude, astúcia e Fé
A Tempestade - William Shakespeare (Parte I e II)
Um recorte da Utopia de Thomas More
Os sete enforcados - Leonid Andreiev
Memórias do Subsolo - Dostoiévski (Parte I e II)
O último dia de um condenado - Victor Hugo
Como distinguir o amigo do bajulador (Plutarco) - Parte I e II
Medeia e a Tragédia da Alienação Parental
Antígona – Embate entre a Lei Divina (Thémis) e a Lei dos Homens (Diké)
Aristófanes – As nuvens
Aristófanes – A vitória do discurso injusto sobre o discurso justo
Aristófanes – Pluto: a quem a riqueza acompanha? (Parte I e II)
A morte de Ivan Ilitch – Leon Tolstói
Crime e Castigo – Dostoiévski
O Mercador de Veneza – Shakespeare
Justiça ou Vingança? Defesa de Shylock por Rudolf Von Ihering
Paraísos Artificiais – Charles Baudelaire
Mitos Greco-romanos:
O Mito de Tântalo
Hamartía – O exterminador do futuro
Mito da deusa grega da Sabedoria e da Justiça
A violência da Justiça – Heráclito e Horkheimmer
Ares e Athena – Arautos da Guerra
O Matriarcado e o voto de Minerva
Mito Grego da Medicina – Apolo, Quíron, Asclépio e Hipócrates
O narcisismo no mito grego
Fúria de Titãs – O mito de Perseu e Andrômeda
Prometeu – Direitos do Homem e Hýbris
O mito de Sísifo – O que você faz enquanto a morte (Thánatos) não vem?
Pigmalião e Galatéia - A idealização do ser amado
O Mito do Rei Midas - A sociedade de jumentos
Apolo e Daphne - O mito da origem do amor não correspondido
Um flagrante de adultério e o mito do Hermafrodito
Eros & Psiquê - Qual é a condição "sine-qua-non" para o Amor?
O mito do Minotauro - A tragédia da ganância
O mito como fundamento da moral - Parte I e II
O mito de Filêmon & Báucis
A queda de Faetonte - quando o exibicionismo é fatal
Sobre Almas Gêmeas - Mito dos andróginos em Platão
Além dos textos acima, confira também os artigos sobre "Astrologia & Arte" no "ConsueloBlog", todos reunidos AQUI.
Compaixão & Solidariedade no Ciberespaço: um divã virtual.
Daniel Silva Bernardes e Sofia Felix Lamy
Até o início de 2009, as Comunidades de relacionamento do Orkut permitiam postagens anônimas. A Comunidade "Conte Comigo" foi o primeiro divã do ciberespaço. Também foi a única Comunidade a ter essa experiência registrada e publicada em livro.
Organizei e publiquei o livro "Conte Comigo", prefaciado pelo Prof. Jean Lauand (FE-USP).
Trata-se de uma das maiores Comunidades do Orkut, que já contou com quase 500 mil membros, constituindo uma significativa rede de "sym-pathía" e "syn-khairía" disponível aos internautas.
Confiram entrevista concedida à cadeira de Jornalismo Digital da PUC-RS: http://admiravelmundovirtual.wordpress.com/
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"Eu sou eu e minha circunstância...". A genial sentença de Ortega y Gasset - que costuma ser citada só pela metade - torna-se, na verdade, um alerta e quase um ultimato, quando a consideramos em sua formulação completa: "Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella no me salvo yo".
Se essa advertência é já quase centenária, o homem de hoje, mais do que nunca, se defronta com a urgência da necessidade de abrir-se para o outro, de voltar-se para o outro, de salvar o outro, sob pena de não se salvar a si mesmo.
Hoje, mais do que nunca, tanto na dimensão pessoal como na social, o egoísmo mostra-se falido: é infinitamente mais eficaz investir em salvar o outro. Nesse sentido, uma de nossas mais sensíveis jornalistas, Eliane Brum - por ocasião do lançamento do projeto "Fazer o bem, faz bem" na Revista Época -, diagnosticava: "Não é possível adiar por mais um ano. Quem não pensa e age para melhorar o mundo será atropelado pela História".
Essas considerações, dizíamos, valem em nível social e também para o indivíduo. Sem o amor, nada somos: deve ser tomada a sério esta afirmação do apóstolo Paulo, em I Cor. 13, uma das mais célebres exortações ao amor: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como bronze que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, mas não tivesse amor, eu nada seria...".
Esse capítulo 13 é precedido de uma consideração muito importante: depois de comparar a comunidade cristã à unidade de um corpo, no qual um membro não pode se desentender dos demais (O olho não pode dizer à mão: 'Não necessito de ti'; a cabeça não pode dizer aos pés: 'Não tenho necessidade de vós' I Cor, 12, 21), o Apóstolo enuncia o segredo da solidariedade humana: a "sym-pathía" e a "syn-khairía" (I Cor, 12, 28).
Essas duas palavras gregas, infelizmente, perderam-se em nosso idioma, o que nos torna mais difícil divisar e vivenciar as realidades para as quais esses vocábulos apontam: synkhairía simplesmente não existe, e "simpática" é aquela moça que achamos legal, mas não é bonita... Em sua força original, porém, simpatia é a participação no sofrimento de outrem; sentir as suas dores como se fossem minhas e, do mesmo modo, a synkhairía é vivenciar a alegria do próximo como se fosse minha: que falta faz essa palavra, que é, por definição, o antônimo da inveja.
Nessas duas atitudes (ou duas faces da mesma atitude) se resume todo o ideal de humanidade.
É neste contexto que se situa o belo e sugestivo livro, organizado pela Profa. Luciene Félix: "Conte Comigo". O livro recolhe experiências humanas de solidariedade - de sympathía e synkhairía - realizadas num ambiente inédito: uma comunidade do Orkut.
Encontramo-nos, assim, com uma obra que constitui um fato novo: um autêntico marco no mundo editorial: Dizia o velho Heráclito que é o mesmo e único o caminho que sobe e o caminho que desce; Luciene traz de volta para o bom e velho livro, para a informação organizada e disponível para todos os leitores, a experiência humana dispersa em infovias.
A comunidade "Conte Comigo" é uma das mais notáveis desse fenômeno que é o Orkut. O Orkut conta hoje com 45 milhões de participantes e - é um fato intrigante, que chama a atenção dos sociólogos - a maioria absoluta são brasileiros! O brasileiro é dado ao relacionamento, à abertura, ao interesse (sadio ou não) pelo outro. E participam da "Conte Comigo" mais de meio milhão de inscritos.
Nela, as pessoas partilham suas dores, suas preocupações, seus problemas - com essa simplicidade encantadora, com essa "ingenuidade brasileira" que não tem medo de se expor, potenciada pelo meio virtual.
São casos como o do adolescente que sofre o preconceito por ser bissexual; o da moça que passa por um período de depressão; o de outro que sofre a perda de um amor, de um ente querido ou mesmo de um animal de estimação, etc. etc. etc. E nessa grande praça ou "sala de estar" virtual, estabelece-se uma con-versação (um mútuo verter-se) uma comunhão, uma sym-pathia.
Luciene Félix nos oferece neste livro uma criteriosa seleção de tópicos (dos cerca de 2000 postados nestes dois anos de existência da comunidade), mantendo as postagens originais (com pequenas supressões repetitivas e correções ao internetês), que nos confrontam com dores e alegrias dos participantes, com perplexidades e dúvidas, enfim, com a condição humana, os dramas e as tramas da vida.
Se o meio virtual pode potenciar em alguns usuários uma certa agressividade, pela própria impessoalidade do relacionamento; para outros - e é bem o caso dos participantes da "Conte Comigo" - fomenta sentimentos de solidariedade e de comunhão.
Nessa solidariedade, realiza-se uma profunda experiência antropológica (que, aliás, não passa despercebida aos postantes), e que Frankl resumia dizendo: a felicidade é uma porta que abre para fora; se tentamos abri-la puxando para dentro, emperra.
Já a sabedoria do Evangelho (Lc 9, 24) advertia: quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á... É quando nos voltamos para o outro e, por assim dizer, nos esquecemos de nós mesmos, que verdadeiramente nos encontramos e nossos problemas diminuem.
E a obsessiva busca de si é, por sua vez, destruidora em vários setores da existência.
Se com a generosidade todos saem ganhando, o principal beneficiário da generosidade é quem a pratica...
São Paulo, 20 de fevereiro de 2007
Jean Lauand - Prof. Titular FEUSP
Disponível também na Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3212069&sid=1521411039328749362653911&k5=27eda579&uid= Se essa advertência é já quase centenária, o homem de hoje, mais do que nunca, se defronta com a urgência da necessidade de abrir-se para o outro, de voltar-se para o outro, de salvar o outro, sob pena de não se salvar a si mesmo.
Hoje, mais do que nunca, tanto na dimensão pessoal como na social, o egoísmo mostra-se falido: é infinitamente mais eficaz investir em salvar o outro. Nesse sentido, uma de nossas mais sensíveis jornalistas, Eliane Brum - por ocasião do lançamento do projeto "Fazer o bem, faz bem" na Revista Época -, diagnosticava: "Não é possível adiar por mais um ano. Quem não pensa e age para melhorar o mundo será atropelado pela História".
Essas considerações, dizíamos, valem em nível social e também para o indivíduo. Sem o amor, nada somos: deve ser tomada a sério esta afirmação do apóstolo Paulo, em I Cor. 13, uma das mais célebres exortações ao amor: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como bronze que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, mas não tivesse amor, eu nada seria...".
Esse capítulo 13 é precedido de uma consideração muito importante: depois de comparar a comunidade cristã à unidade de um corpo, no qual um membro não pode se desentender dos demais (O olho não pode dizer à mão: 'Não necessito de ti'; a cabeça não pode dizer aos pés: 'Não tenho necessidade de vós' I Cor, 12, 21), o Apóstolo enuncia o segredo da solidariedade humana: a "sym-pathía" e a "syn-khairía" (I Cor, 12, 28).
Essas duas palavras gregas, infelizmente, perderam-se em nosso idioma, o que nos torna mais difícil divisar e vivenciar as realidades para as quais esses vocábulos apontam: synkhairía simplesmente não existe, e "simpática" é aquela moça que achamos legal, mas não é bonita... Em sua força original, porém, simpatia é a participação no sofrimento de outrem; sentir as suas dores como se fossem minhas e, do mesmo modo, a synkhairía é vivenciar a alegria do próximo como se fosse minha: que falta faz essa palavra, que é, por definição, o antônimo da inveja.
Nessas duas atitudes (ou duas faces da mesma atitude) se resume todo o ideal de humanidade.
É neste contexto que se situa o belo e sugestivo livro, organizado pela Profa. Luciene Félix: "Conte Comigo". O livro recolhe experiências humanas de solidariedade - de sympathía e synkhairía - realizadas num ambiente inédito: uma comunidade do Orkut.
Encontramo-nos, assim, com uma obra que constitui um fato novo: um autêntico marco no mundo editorial: Dizia o velho Heráclito que é o mesmo e único o caminho que sobe e o caminho que desce; Luciene traz de volta para o bom e velho livro, para a informação organizada e disponível para todos os leitores, a experiência humana dispersa em infovias.
A comunidade "Conte Comigo" é uma das mais notáveis desse fenômeno que é o Orkut. O Orkut conta hoje com 45 milhões de participantes e - é um fato intrigante, que chama a atenção dos sociólogos - a maioria absoluta são brasileiros! O brasileiro é dado ao relacionamento, à abertura, ao interesse (sadio ou não) pelo outro. E participam da "Conte Comigo" mais de meio milhão de inscritos.
Nela, as pessoas partilham suas dores, suas preocupações, seus problemas - com essa simplicidade encantadora, com essa "ingenuidade brasileira" que não tem medo de se expor, potenciada pelo meio virtual.
São casos como o do adolescente que sofre o preconceito por ser bissexual; o da moça que passa por um período de depressão; o de outro que sofre a perda de um amor, de um ente querido ou mesmo de um animal de estimação, etc. etc. etc. E nessa grande praça ou "sala de estar" virtual, estabelece-se uma con-versação (um mútuo verter-se) uma comunhão, uma sym-pathia.
Luciene Félix nos oferece neste livro uma criteriosa seleção de tópicos (dos cerca de 2000 postados nestes dois anos de existência da comunidade), mantendo as postagens originais (com pequenas supressões repetitivas e correções ao internetês), que nos confrontam com dores e alegrias dos participantes, com perplexidades e dúvidas, enfim, com a condição humana, os dramas e as tramas da vida.
Se o meio virtual pode potenciar em alguns usuários uma certa agressividade, pela própria impessoalidade do relacionamento; para outros - e é bem o caso dos participantes da "Conte Comigo" - fomenta sentimentos de solidariedade e de comunhão.
Nessa solidariedade, realiza-se uma profunda experiência antropológica (que, aliás, não passa despercebida aos postantes), e que Frankl resumia dizendo: a felicidade é uma porta que abre para fora; se tentamos abri-la puxando para dentro, emperra.
Já a sabedoria do Evangelho (Lc 9, 24) advertia: quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á... É quando nos voltamos para o outro e, por assim dizer, nos esquecemos de nós mesmos, que verdadeiramente nos encontramos e nossos problemas diminuem.
E a obsessiva busca de si é, por sua vez, destruidora em vários setores da existência.
Se com a generosidade todos saem ganhando, o principal beneficiário da generosidade é quem a pratica...
São Paulo, 20 de fevereiro de 2007
Jean Lauand - Prof. Titular FEUSP
Disponível também na Livraria Cultura: