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luciene felix lamy EM ATO!

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2 de jul. de 2008

Ser ou não ser? Eis a questão! Ser e não ser? Eis a confusão!



Nos primórdios da pólis grega, numa época em que o poder do discurso fomentava a vida no Ágora (praça pública), maravilhando a todos os ouvintes, logógrafos eram “profissionais” como os que intitulamos hoje advogados: arístois (os bem nascidos, os melhores), cultos, bem instruídos e versados na arte da persuasão. Convém ressaltar que, nem todo sofista era logógrafo; mas todo logógrafo era sofista.

À chegada de um cidadão, reclamando a posse de um carneiro, por exemplo, o logógrafo indagava: Bem, e se o indivíduo a quem acusas já tiver vendido ou simplesmente comido teu animal? Ao que o queixante, resoluto, antecipava: Que me pague então dez dracmas!

Não era incomum que esse mesmo logógrafo fosse acionado pelo réu para que redigisse a argumentação de sua defesa. Curioso é que ele, acendendo uma vela pra deus outra pro diabo, se dedicava e muito na redação dos dois discursos, empenhadíssimo em descobrir a verdade, para que se fizesse a justiça.

Teria a arte da dialética (dialektiké téchne) poder para alcançar e revelar a tão almejada verdade?

Quem primeiro legou escritos sobre a ontologia (ciência do ser-enquanto-ser) que, juntamente com a teologia constitui um dos ramos da metafísica, foi o filósofo grego pré-socrático Parmênides, da cidade de Eléia (515-450a.C.). Não por acaso, Platão reconheceu nele, mais que um Mestre, um “pai espiritual”.

Conhecer a filosofia de Parmênides é absolutamente necessário para que possamos compreender o processo que conduz ao conhecimento. Para ele, a verdade não é alcançável sem esforço e, também não o é por todos.

Ao se deslumbrar diante da physis (natureza) e afirmar que Ser é e que não pode não-ser, o eleata estabeleceu a “Lei” ou “Princípio lógico da não-contradição”. Esse grande princípio, formulado com um rigor lógico formalmente incontestável por Parmênides, receberá de Aristóteles a sua mais célebre formulação e defesa. Constituirá no fundamento de toda lógica, desde os tempos mais remotos até os dias atuais: É. Se admitíssemos também o “não-ser”, o “não-ser” seria; e daí já não poderia “não-ser”. Parmênides foi claro ao enfatizar a proibição do não-ser. Fiquemos, portanto, com o Ser (absoluto) de Parmênides: É.

Mas, o que é o Ser que é? Melhor inquirindo: é o que? Se nos for vetado a possibilidade de falar, de dizer sobre o Ser, o que nos resta? Pensar o Ser. Somente “pensar”? Nada dizer?

Emudeceríamos ou incorreríamos numa tautologia do tipo: o que é o Ser? O Ser é. E o que é? É o Ser. Ou, como afirma o velho testamento (2º livro do Pentateuco, Êxodus, 3,14): “Deus disse a Moisés: Eu sou aquele que sou”.

Noutro exemplo: o que é Deus? Deus é eterno. O que é eterno? Eterno é Deus. E assim (eis outra misteriosa soleira da metafísica), como alertava Parmênides: “(...) é preciso que de tudo te instruas, do âmago inabalável da verdade bem redonda (...)”, num círculo eterno.

Ora, se não disséssemos nada sobre o Ser, se nos tivéssemos calado, o Ser teria engolido o discurso (lógos), que era justamente a instância racional que poderia dizer algo dele. Talvez o Ser, como a verdade, seja abstrato, grandioso demais para ser abarcado e formulado, sentenciável, ajuizável conforme os limitados instrumentos lógicos que dispomos. Kant afirma que “A razão só entende aquilo que produz segundo os seus próprios planos”. E Heidegger proclama a metáfora “do som ressonante do silêncio” como sendo a melhor aproximação que se tem da iluminação atingida pela contemplação não-discursiva.

Para a pólis, para a cidade que gira em torno do jurídico e do político, no entanto, o “vazio”, o “indizível”, esse “som ressonante do silêncio” ontológico, não interessa.

Faz-se necessário, para que se possa “dizer do Ser” (através das coisas que são), fundar, estabelecer, instituir a possibilidade de um discurso; colocar em diálogo, em lógos duplo (mas não estamos aqui nos referindo a duas pessoas, pois em nós mesmos o lógos se subdivide, afirmando ou negando algo de algo) através da linguagem.
O que vai permitir que algo seja isso ou aquilo (mesmo contrário, como ser e não-ser) é o lógos. É da dýnamis (potência) do lógos desenvolver a arte da dialética: razão, discurso, argumentação, reflexão, recolhimento, contagem. O lógos prova, persuade, coloca em palavras nosso pensamento.

Graças à linguagem, estamos aptos a dizer do Ser (na verdade, das coisas que são), podemos discursar: Ser é isso, não é aquilo (repare que ela, a linguagem permite que o não-ser seja).

É do lógos: classificar, sistematizar, organizar, ordenar de todas as maneiras pelas quais um atributo (predicado) pode ligar-se a um sujeito. Dos seres que são, “ancorados” no Ser [que simples e absolutamente é] do qual não havia como dizer mais nada, falamos e dizemos outras coisas deles mesmos.

Ampliando a plasticidade do lógos, descolamo-nos da ontologia. Como um logógrafo, emitimos juízos, opiniões (doxa), criamos sentenças e nossos dizeres são passíveis de verdade ou falsidade.

As palavras detêm de uma força própria que tem conseqüência ético-política. O “Ser” de Parmênides, como o Deus de Moisés, simples e absolutamente É. Mas, livres somos. E no lógos humano, tudo é possível, inclusive “ser e não-ser”.
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26 de abr. de 2008

Hannah Arendt – No murmúrio da multidão, a consciência adormece


“Deus criou o homem para introduzir no mundo a capacidade de iniciar. Ser humano e ser livre são, então, uma única e mesma coisa. E homens e mulheres são livres apenas quando agem, nem antes, nem depois; pois 'ser livre e agir são o mesmo'. Hannah Arendt – Entre o passado e o futuro


Alemã, Hannah Arendt (1906-1975), nasceu numa abastada e antiga família judia. Sempre resistiu ao título de Filósofa, pois considerava-se, “apenas” uma pensadora. Afirmava que o pensamento deve estar a serviço da vida e não numa encapsulada Filosofia. Teve o privilégio de ser aluna e amiga pessoal de Heidegger, Husserl e de Jaspers, expoentes da corrente filosófica fenomenológico-existencial.


Diferente da ontologia metafísica antiga, cuja origem remonta a Platão, a fenomenologia existencial parte das coisas que aparecem no mundo. Tomemos o seguinte exemplo: a experiência sensível (de onde também parte a razão científica) nos permite constatar se alguém está ou não morto. Já o conceito da morte em si, cabe à metafísica. Arendt se debruça sobre os fenômenos em seus modos de aparição na existência mundana pois, para a fenomenologia “ser” e “aparecer” coincidem.


Em 1933, Hitler toma o poder e Hannah Arendt, judia, vê ruir a possibilidade de lecionar nas universidades alemãs. Perseguida pelo nazismo, passa a viver como apátrida, em exílio. Essas circunstâncias são extremamentes relevantes para a compreensão das obras desenvolvidas em sua vida: meditações filosóficas, análises de teorias políticas e tentativa de explicar os inusitados e nefastos rumos de seu tempo.


Em 1951, com “Origens do Totalitarismo” (termo cunhado por ela que significa governo, país ou regime que centraliza todos os poderes políticos e administrativos, proibindo a atuação de quaisquer outros partidos ou grupos políticos) detém-se a analisar de modo sistemático esse fenômeno inédito, que não se enquadrava nas categorias tradicionais das ciências políticas.


Arendt testemunha o antigo e complexo enlace entre moral e política (vide artigo “A Lei Divina (Thémis) e a Lei dos Homens (Diké) em Antígona, disponível no site: www.esdc.com.br) vexatória e desumanamente rompido nos tempos em que viveu; revela a necessidade de recuperar a dignidade da política como atividade (práxis) fundamental da vida em comum.


Com base numa antropologia filosófica, responderá sobre em que condições um universo totalitário é possível. Filósofa do real (existencialista), Arendt tomará por objeto de estudo a vida ativa (que atua, age no mundo e não a contemplativa, tradicional na Filosofia) vendo-a por três modalidades de atividades fundamentais do homem na cultura: trabalho, obra e ação.


Sobre o trabalho, atesta ser uma atividade indefinidamente repetitiva e voltada exclusivamente para satisfação e preservação das necessidades vitais humanas. O trabalho em si é, portanto, produção de tudo o que é perecível.


Quanto ao que denominou “obra”, cabe a produção de bens duráveis, artefatos e objetos que não são aniquilados assim que consumidos. Mas mesmo essa “durabilidade” é relativa e está sujeita/submetida à utilidade e ao ciclo dos meios e dos fins.


Somente a ação é, em suas palavras, “a única capaz de transcender o ciclo da necessidade vital e da cadeia infinita dos meios e dos fins. Inseparável da palavra, a ação é revelação do homem, num espaço público de surgimento [pólis] em que cada um é visto e ouvido por todos”.


Em sua obra “A condição humana” (1958), observa que “estar isolado é estar privado da capacidade de agir”. Mesmo não sendo privilégio exclusivo do ator político, a ação humana enseja a constituição de um espaço público (distinto do âmbito privado) por onde se estende toda a vasta rede de relações/atuações humanas. A ação se dá no espaço público. Por outro lado, a ação que se dá no espaço público não pode perder a conotação individual. Em verdade, não agimos quando somos levados pelo coletivo que se manifesta através de nós. Nesse sentido, o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra “Ética pós-moderna” alerta que, “Na multidão, somos todos iguais. Andamos juntos, dançamos juntos, nos acotovelamos juntos, ardemos juntos, matamos juntos”.


Não há porque agirmos como marionetes guiadas por determinismos históricos ou de qualquer outra ordem. A liberdade está em nosso poder de criar o novo: “O começo é a suprema capacidade do homem; politicamente, equivale à liberdade do homem” (Origens do Totalitarismo).


Transformar as diferenças em monotonia (unidade) é a tentação permanente das sociedades totalitárias. O nazismo e o comunismo foram as expressões máximas desse desejo de unidade.


Leia este artigo na íntegra à partir de 5 de maio no site da ESDC: http://www.esdc.com.br/

26 de mar. de 2008

ETHOS: entre a Verdade e a invenção das razões


O Homem “mede” o outro e indaga a si mesmo: que poder (do grego, krátos) você tem?


A diferença entre as ciências exatas (desumanas?) e as ciências humanas (imprecisas e inexatas?) é fundamentalmente de linguagem. E isso não é pouca coisa. Os cientistas das áreas de exatas não se reúnem num congresso a fim de obter consenso sobre o conceito da palavra “estrutura”, por exemplo. Em “humanas”, somente para essa palavra já foram estabelecidos nada menos que trinta e sete conceitos distintos. Cabe lembrar que todo conceito nasce pela igualação do não-igual.


Se a matemática e a geometria (musa inspiradora de Platão), por exemplo, são ciências “puras”, “a priori”, pois dispensam a experiência e estão muito bem acomodadas no abstrato mundo das idéias (Ideal) pois, independente da época, geografia ou cultura, duas vaquinhas com mais duas vaquinhas soma o total de quatro vaquinhas (e não se discute mais isso), o mesmo não se pode dizer do rico e fértil solo das ciências humanas.


Enquanto o Sol, na física, define-se friamente como sendo uma massa de Hidrogênio em fissão nuclear que se transforma em Hélio, na área de humanas, o Sol é um fogo sempre vivo (fragmento 94 de Heráclito). O astro-Rei não dará conta da colossal magnitude com a qual inflama de forma desmedida o apoteótico ego humano, iluminando sua sensibilidade ou obscurecendo-o na estupidez da ignorância.


Um exemplo claro de como a linguagem quase nos deixa numa aporia (a/póros = sem saída) é fornecido por Platão na República: tomemos nossos cinco dedos. São diferentes ou são semelhantes? Podem ser (e são) as duas coisas! É nesse momento que caminhamos para o nous (poder de intelecção que está na alma). Os dedos participam da idéia de diferença e de semelhança dos dedos. Retomando, sujeito ao referencial, o Sol é e não é do tamanho de um pé (frag. 3 de Heráclito).


Segundo o Filósofo Henrique C. De Lima Vaz, todas as coisas são physis (numa tradução ainda insatisfatória: natureza). Nosso modo de ser (modus vivendi, modus operandi) é transformá-la e a isso chamamos ethos (do grego “habitat”, hábito, costume, caráter). Sendo nossa conduta construto cultural, é no ethos que se alinhava toda história da humanidade, em constante mudança (novamente Heráclito), sempre em processo de vir-a-ser.


Leia esse artigo na íntegra à partir de 10 de abril no site da ESDC: http://www.esdc.com.br/
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Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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irritado (em seu "phrenas", como diria Homero) ou chocado com alguma imagem desse Blog? Me escreva para que eu possa substituí-la. e-mail: mitologia@esdc.com.br