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1 de out. de 2010

Introdução à Fenomenologia


"Existe uma coisa que eu não sei o que é.
Porém, sei que se essa coisa não existisse nada mais existiria, nem Deus.
Que coisa é essa?"


A pergunta acima foi feita a Jéssica, uma estudante de 11 anos de Curitiba. Para espanto do professor, ela respondeu que essa coisa era a realidade. O “real” existe, independente de nós? Através de nós? Ou ainda: É possível alcançarmos o entendimento do que é real?

Sabemos que, tanto nós mesmos, quanto as atividades políticas, econômicas, sociais e culturais (artísticas) que vivenciamos estão em constante movimento. E, na realidade (literalmente), quando um movimento desses se destaca, se sobressai, é comum utilizarmos o termo “fenômeno”. Constatamos assim, o fenômeno das redes sociais; o fenômeno da crise econômica mundial; do elevado número de divórcios; da corrupção, fenômenos da moda, da música e até mesmo o brilhantismo técnico de um esportista o alça à alcunha de “fenômeno”.

Ininterrupto e imensurável, o caldeirão da realidade abarca tudo o que aparece aos nossos sentidos ou à nossa intuição intelectiva. Realidade é espelho, aparência de “algo” e tudo o que manifesta (phainestai) é fenômeno (phaenomenon). Assim, é também o que aparece no placar que faz ou não, de Ronaldo, “fenômeno”.

Fenômeno é algo em constante movimento, sempre em aberto e justamente por ter seu campo ilimitado, se esquiva a ser enquadrado dentro de uma ciência particular. Desta espécie de “árvore”, com suas raízes ocultas, proliferam inúmeros galhos, em diferentes direções, sem um télos (propósito) pré-determinado ou definitivo.

Diante dessa imensidão, Paul Ricouer (1913-2005) diz que “atendo-se à etimologia, quem quer que trate da maneira de aparecer do que quer que seja ou, consequentemente, que descreva as aparências ou as aparições, faz Fenomenologia”. Contando com estudiosos de diversas áreas, grupos ou associações acadêmicas mais informais, o “círculo” (os alemães denominavam "kreis”) de fenomenólogos é vasto. Um exemplo interessante é o do experiente engenheiro Kleber Sernik, que discorre sobre o desencadeamento da crise econômica mundial valendo-se do sistema dialético hegeliano (http://www.blogdoklebers.blogspot.com/).

Uma vez que esse “movimento” se assentou definitivamente na Filosofia e, a rigor, “o movimento fenomenológico” ambiciona, nas palavras de Merleau-Ponty (1908-1861) “revelar o mistério da razão e o mistério do mundo”, há de se estabelecer um recorte mais austero do que é Fenomenologia.

Dos pré-socráticos aos modernos, muitos versaram sobre a questão das aparências. Platão (427 a.C. – 347 a.C.) já tratara do problema do “ser em si e suas aparências no mundo sensível” quando, no Livro VI da República, em diálogo com Glauco, Sócrates diz: “Reconhecerás que o Sol proporciona às coisas visíveis, não só, segundo julgo a faculdade de serem vistas, mas também a sua gênese, crescimento e alimentação, sem que seja ele mesmo a gênese”.

O termo “fenomenologia” foi utilizado pela primeira vez na obra “Novo Organon” (1764), de J.H. Lambert (discípulo de Christian Wolff), entendendo-o como sendo “a teoria da ilusão” e suas inúmeras formas. Ilusão porque a aparência pode: a) revelar ou apontar o caminho rumo à verdade; b) iludir encobrindo-a ou ainda, c) ocultar a verdade.

Immanuel Kant (1724-1804), afirmou numa carta, que a primeira parte de sua “Crítica da Razão Pura” deveria ter o título de “A Fenomenologia em geral”, uma espécie de introdução a preceder à metafísica. Mas preferiu o título de “Estética Transcendental”, atribuindo-lhe a “tarefa de investigar a estrutura do sujeito e das ‘funções’ do espírito, circunscrevendo o campo do aparecer ao ‘fenômeno’”. Com isso, Kant delimitou as pretensões de alcance de nosso conhecimento e, incognoscível, a metafísica foi excluída de nossas faculdades de entendimento.

Ao estudo do “Ser” (em si e por si, que subjaz à realidade/manifestação) já se denominou teologia, metafísica, mas é com o fundador do movimento fenomenológico, Edmund Husserl (1859-1938) que temos um conteúdo novo a uma palavra já antiga: Ontologia – o ramo da Filosofia que se propõe a estudar a ciência do Ser como uma disciplina distinta.

Na evolução do “Movimento Fenomenológico” ao longo da História, foi o alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1830) quem impôs definitivamente o termo na tradição filosófica. Com a obra “Fenomenologia do Espírito” (1807), nos apresentará conceitos de Ser em si, de “o Absoluto”.

Será no modo como concebe a relação entre o fenômeno e o ser – ou o Absoluto, que Hegel ultrapassará a fenomenologia kantiana, pois, enquanto Kant insiste na incognoscibilidade, ele afirmará que, sendo cognoscível, o fenômeno nada mais é que a manifestação do próprio Ser, ou seja, do Absoluto, qualificando-o como sendo o Espírito.

Assim, a Fenomenologia em Hegel será uma filosofia do Espírito, do Absoluto: “O trágico na História humana é um momento necessário para o vir-a-ser do Espírito, por ser o que Hegel denomina o negativo – isto é, o motor do movimento da História, sem o qual o Espírito não poderia enriquecer-se de suas sucessivas figuras e manifestações”.

A fenomenologia hegeliana, refutando a incognoscibilidade dessa ciência, acaba por fornecer “todos os materiais ao filósofo, cabendo a este pensar sobre esta ordem oculta e falar de seu significado absoluto”.

Enquanto que na fenomenologia kantiana, o Ser é concebido como limitador do conhecimento do “nômeno”, que é a “causa” do fenômeno (inalcançável por nossa vã filosofia, pois não pode ser pensado como objeto dos sentidos, mas somente como coisa em si), no sistema hegeliano: “o fenômeno é reabsorvido dentro do conhecimento sistemático do ser”.

O filósofo francês André Dartigues, em sua obra “Qu’est-ce que la phénomenologie”, esclarece: “Não se trata, para Hegel, de construir uma filosofia na qual a verdade do absoluto se enunciasse de fora ou ao lado da experiência humana e sim de mostrar como o absoluto está presente em cada momento desta experiência, tanto religiosa, como estética, jurídica, política ou prática”.

A genialidade de Hegel está em elucidar que tudo o que aparece na realidade, o fenômeno (suspendamos juízos de valor) é manifestação do Absoluto. A magnitude que sua teoria atinge, através de uma peculiar dialética (a presentificação do eterno e o mecanismo intrínseco de seu incessante vir a ser), o eleva a vertiginosa estatura de um Platão.

17 comentários:

Unknown disse...

Para citar um sabio:

"O homem primeiro forma imagens e sentidos em sua cabeça para depois buscar na natureza."

A.Einstein.

Acho que a busca pela verdade absoluta não existe pois a verdade é somente aquilo que entendemos do mundo.

Para elucidar, posso citar um exemplo que conheço bem um casal que se separa depois de anos brigando e se machucando...

Ao conversar com o casal cada um lembra se do que mais magoou e acredita piamente que aquilo foi feito por maldade e interesse do proximo....

Como dizer a uma mulher que apanhou 15 anos do homem que ela jurou amar, que ele era um doente por causa da bebida?

Como dizer a um homem doente que sua esposa não traiu seu juramento de amor eterno mas sim cansou de apanhar?

Não consigo ver uma verdade absoluta, somente duas pessoas que entenderam seus "phenomenos" de maneiras diferentes.

O que é real para mim pode não ser real para você citando Einstein de novo, a constituida necessidade de se formar algo para que a mente entenda, como essa mensagem se forma e se ela é uma verdade é outra discussão.

Mas já falei demais, de algo que pouco entendo, para algo que pouco entendo pois minha visão da realidade também é pouca precisa é como ela me comunica e eu a entendo não necessariamente que seja verdade.

Parabens pelo Blog professora

Julio Cezar Klein

Luciene Felix disse...

Querido Julio,

Quando afirmas crer "que a busca pela verdade absoluta não existe, pois a verdade é somente aquilo que entedemos do mundo" desconfias de que o sofista Protágoras está correto em afirmar que "O homem é a medida de todas as coisas; das que são porque são e das que não são, porque não são".

Quanto à Einstein, postarei um breve trecho dele sobre fenô:

1. Albert Einstein (1879-1955)
A relatividade dos fenômenos naturais

Na entrevista concedida ao “Times” de Londres (Como vejo o mundo), em 1914, Einstein afirma que: “Em física, é possível distinguir várias teorias, pela natureza de suas diferenças.

Em sua maior parte, são teorias construtivas: por meio de um sistema de fórmulas relativamente simples colocadas em sua base, procuram construir uma imagem de fenômenos mais complexos.

É o que ocorre com a teoria cinética de gás, ao reduzir os fenômenos mecânicos, térmicos e de difusão a movimentos de moléculas, isto é, a construí-los a partir da hipótese do movimento molecular.

Quando se diz que se consegue captar um grupo de fenômenos naturais, isto significa sempre que se encontrou uma teoria construtiva que abrange os fenômenos em questão.

Entretanto, ao lado deste importante grupo de teorias, há um segundo grupo ao qual dou o nome de teorias de princípios, que – em lugar do método sintético – emprega o método analítico.

Aqui, o ponto de partida e a base não são constituídos por elementos provenientes de construções hipotéticas e sim por propriedades gerais encontradas empiricamente, por fenômenos naturais, por princípios dos quais decorrem em seguida os critérios matematicamente formulados aos quais os fenômenos particulares ou suas imagens teóricas devem satisfazer.

É assim que a termodinâmica tenta, a partir deste resultado geral da experiência, de que o movimento perpétuo é impossível determinar, pela via analítica, as relações às quais os fenômenos particulares devem satisfazer.

As teorias construtivistas possuem, além de sua capacidade de adaptação e de sua evidência, a vantagem de serem completas; a vantagem das teorias de princípio é a perfeição e a segurança de seus fundamentos.

A teoria da relatividade pertence a esta segunda categoria. Para captar sua essência, de início, é preciso aprender a conhecer os princípios sobre os quais ela repousa. Mas, antes de examiná-los, devo assinalar que a teoria da relatividade se assemelha a um monumento em dois estágios, que são a teoria da relatividade restrita e a da relatividade generalizada.

A primeira, sobre a qual repousa a segunda, diz respeito a todos os fenômenos físicos, exceto a gravitação; a teoria da relatividade generalizada atribui uma lei à gravitação e às relações desta lei com todas as demais forças naturais.”

Gratíssima por ter postado amigo.
bjs,
lu.

Alan Tykhé disse...

Muito bom seu texto Lú, pena que parou antes de chegar no Heidegger e no Sartre, embora com título de introdução, está perfeito.

Beijos

Luciene Felix disse...

Oi Alan,

Pois é, o certo é pegá-los também, sem dúvida. Falar de Fenomenologia sem Heidegger, principalmente, é heresia, rs.

Mas o foco é tentar explicar (mas que pretensão a minha!) a "Fenomenologia do Espírito" de Hegel, que deverá ser o próximo texto (novembro).

Meu espaço no jornal é limitado amigo... e estou louca pra escrever sobre "O Amor Cortês - do séc. XII ao XXI", pegando a lenda do rei Arthur, o Cavaleiro Lancelot e a bela rainha Guinevere. Já abri mão disso por Hegel, Heidegger fica para 2011 mesmo. Se os deuses permitirem e inspirarem, of course!

Mil beijos,

lu.

Anônimo disse...

"Não consigo ver uma verdade absoluta, somente duas pessoas que entenderam seus "phenomenos" de maneiras diferentes."

Essa frase do Júlio faz sentido, mas imagino que esteja errada. Quando constatamos que existem opiniões diferentes sobre os fenômenos que ocorrem no dia-a-dia, a maioria das pessoas tende a chegar a uma conclusão de que "tudo é relativo", ou como disse acima a própria Lu, "o homem como medida das coisas". O problema é que eu não entendo as diversas opiniões como a inexistência de uma verdade absoluta, mas como a nossa dificuldade em apreender essa verdade quando ela é complexa demais e demanda abstrações que não possuem o mesmo "apelo de realidade" que as realidades captadas pelos sentidos. Nunca vi na minha vida alguém negar que isso aqui na minha frente é um computador, mas discutir a teoria da relatividade pode gerar diferentes interpretações, pela complexidade das abstrações exigidas. Como estudante de economia, acredito que existem leis econômicas, mas que possuo uma capacidade limitada de compreendê-las, portanto devo ser humilde e estar sempre disposto a rever o que eu entendo por realidade. Mas não estou disposto a aceitar teorias flagrantemente ilógicas ou a ausência de indicações empíricas como ciência, pois senão nunca poderia formar juízo sobre nada.

Bjos Lu, seu blog é muito bom.

Zamba

Luciene Felix disse...

Zamba meu querido,

Você não é um dos rapazes do MV?
Que prazer vê-lo por aqui amigo!
E fico felix por saber que está apreciando nosso Blog.

Já leu a avareza/ganância dentre “Os Sete Pecados Capitais”? E a comédia sobre “Pluto – o deus da Riqueza”? Foi o mais perto que cheguei de $, digo, de oikósnomós.

Pois é, dogma não dá. O fascinante em filosofia é que você vê neguinho se matando ao discutir o sexo dos anjos e interiormente sabe que, como dizia o finado grande (literalmente) filósofo brasileiro Tim Maia: “tudo é tudo e nada é nada”, rs.

Quanto ao “problema” que observastes “(...) é que eu não entendo as diversas opiniões como a inexistência de uma verdade absoluta, mas como a nossa dificuldade em apreender essa verdade quando ela é complexa demais e demanda abstrações que não possuem o mesmo "apelo de realidade" que as realidades captadas pelos sentidos. (...)”, estais corretíssimo!

Sugiro que dê uma olhada no texto intitulado “Ethos – entre a verdade e a invenção das razões”, num dos trechos, digo que “Se a matemática e a geometria (musa inspiradora de Platão), por exemplo, são ciências "puras", "a priori", pois dispensam a experiência e estão muito bem acomodadas no abstrato mundo das idéias (Ideal), pois independente da época, geografia ou cultura, duas vaquinhas com mais duas vaquinhas soma o total de quatro vaquinhas (e não se discute mais isso), o mesmo não se pode dizer do rico e fértil solo das ciências humanas.”

Muitíssimo grata pela postagem Zamba, espero vê-lo por aqui mais vezes.
Mil beijos,

Lu.
PS.: Quando o amigo Julio Cezar "Leônidas 300" Klein (estudioso da Batalha das Termópilas) diz:

"Para citar um sábio:

"O homem primeiro forma imagens e sentidos em sua cabeça para depois buscar na natureza."

A.Einstein."

Devo salientar que esse "Sábio" deve ter sido leitor atento de outro Sábio: Platão. Essa teoria está n'A República. O exemplo usado, se não me falha mnemósyne, é da cama, a "camidade", da cama, rs.

Anônimo disse...

Lu,

Obrigado pelo comentário. Eu sou sim um dos que frequentam o MV. Aliás sou o dono da comunidade do Alex no Orkut, que só tem eu, vc e mais uma garota como membros, haha. O Alex ainda não está muito popular, não é mesmo?

Eu me interesso bastante por filosofia e estou sempre por aqui desde que descobri o seu blog. Obrigado pelas dicas, vou dar uma olhada.

Bjos, Zamba

Luciene Felix disse...

Querido Zamba,

Perdoe a morosidade em responder amigo. Estou atarefada, cuidando da festinha de 8 aninhos do caçula, Théo.

Quanto ao Alex, inteligente, hein? É fã dos gregos!
O Orkut é que não anda muito popular, rs. Tenho minha página lá, mas quase nunca entro (embora as crianças adorem fazer "fazendinha", "cafés" e etc).
Atualmente, interajo mais pelo Facebook.

Estou feliz por saber que também nutre philía à sophia e que frequenta nosso blog.
Quando ler (os textos indicados), se puder, poste seus comentários.
É muito bem-vindo o olhar de um oikósnomós.
Mil beijos Zamba,

lu.

Isaias Malta disse...

Bebi na dialética hegeliana para embasar o meu trabalho de pós que aborda as mazelas da sociedade brasileira "Tensionamentos Filosóficos sobre Distinções entre Ética e Moral na Política Brasileira" http://www.teliga.net/search/label/Filosofia
Foi muito bom ter lido aqui uma explicação palatável sobre a fenomenologia, apesar da obra homônima de Hegel não sê-la.

E e J disse...

Filosofia é tudo de confuso...

Luciene Felix disse...

Aha!

O amigo Isaias também gosta de uma mega encrenca, hein? Assim que puder, vou conferir sua tese. A obra de Hegel não é mesmo... vejamos o que dará para fazer, rs.

Caríssimo "E e J",

Tudo de confuso? Não estou fazendo meu trabalhinho direito. Tentarei me empenhar mais amigo.

Gratíssima por terem comentado!
Beijos,
lu.

Gisela Lacerda disse...

Oi, Luciene. Tudo bem? Lendo o teus textos me dá uma tremenda saudade das minhas aulas de Filosofia...

Essa é a ponte sobre a qual te falei: essa "tal realidade" e o estudo da Filosofia. É algo que abrange a intuição, o nosso cotidiano, as nossas escolhas. Sem esses pensadores e sem vocês, professores, como aprenderíamos?

Parabéns para você pelo dia de ... ontem. Tô na corrida. Beijos!

Gisela Lacerda disse...

Esqueci de comentar: gostei muito do início do artigo, falando sobre "fenômeno" e o peso e importância atribuídos a essa palavra hoje em dia.

Luciene Felix disse...

Parafraseando meu adorado papito:

"Quem deixou os seus estudos,
E tem nos grandes seus amores,
Venha matar a saudade,
Esse Blog é de pensadores".

Inspirado, hein? rs.

Mil beijos e muito grata Gisela querida.

lu.

Pedro Júnior disse...

Tentei enviar um e-mail a respeito do comentário sobre publicação de artigo sobre bolha imobiliária mas infelizmente o e-mail está acusando erro de envio.

Luciene Felix disse...

Olá Pedro,

É um prazer vê-lo por aqui amigo.
Meu e-mail é simples: "mitologia@esdc.com.br". Se puder, tente novamente. Estou ansiosa pela possibilidade de publicarem o artigo.

Twittei o "bolhabrasilia". Espero que as pessoas acessem e fiquem alertas ao "podre no reino", rs.

Beijos,
lu.

Manoel Ribeiro disse...

Olá, Luciene, parabéns pelo blog!

Permita-me (como diria meu ex professor de Filosofia), primeiramente, manifestar meu ente para os vossos sentidos (agora eu existo para sua pessoa, fui desvelado e veiculado através da internet).

Me chamo Manoel Ribeiro e sou estudante de Psicologia em uma faculdade de Olinda, terceiro período.

Fiquei ciente do seu blog através de uma amiga e colega de sala, responsável por veiculá-lo na lista de distribuição da turma.

O contato e o interesse pela Fenomenologia surgiu há mais ou menos um ano, quando o mesmo professor aplicou seminários como avaliação.

Um dos grupos apresentou sobre Husserl e Heidegger. A palavra fenomenologia me chamou atenção, com especial ênfase para epoché, suspensão do juízo. Muito ouvi falar sobre "colocar entre parênteses", resolvi então pesquisar sobre o assunto.

Li um livro de Forguieri e Goto a respeito do assunto, ambos muito bons.

Esperamos ansiosamente a segunda parte do artigo sobre o que fundamenta o real. É de tirar o chapéu, a explanação é clara e objetiva.

Parabéns e obrigado.

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ESCOLHA & CLIQUE (leia no topo). Cultura faz bem ao Espírito!


Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

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As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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Você se sentiu ofendido...

irritado (em seu "phrenas", como diria Homero) ou chocado com alguma imagem desse Blog? Me escreva para que eu possa substituí-la. e-mail: mitologia@esdc.com.br